O "Livro dos mortos" compreende uma série de textos que, segundo crença egípcia, auxiliaria os mortos a andar no submundo
Redação Publicado em 26/01/2023, às 16h16 - Atualizado em 27/01/2023, às 10h09
Um papiro de 15 metros, do Antigo Egito, contendo seções do "Livro dos Mortos", foi descoberto em Saqqara. Esse é o primeiro papiro completo do "Livro dos Mortos" descoberto em 100 anos.
"Livro dos mortos" é um nome moderno dado a uma série de textos — amplamente usados durante o Novo Império cerca de 1550 a.C a 1070 a.C — que, segundo uma crença egípcia, auxiliaria os mortos a andarem pelo submundo, entre outros propósitos.
A descoberta foi realizada por arqueólogos egípcios do Ministério do Turismo e Antiguidades. A equipe ainda não divulgou imagens do antigo documento, e segundo comunicado, o papiro em breve será exposto em um museu egípcio.
O documento foi encontrado dentro de um caixão em uma tumba ao sul da pirâmide de degraus de Djoser em Saqqara. Essa descoberta de mais de 2.000 anos pode auxiliar nos estudos a respeito das antigas tradições funerárias egípcias, como informado pelo LiveScience.
Ainda que o papiro pareça longo, de acordo com Foy Scalf, chefe dos arquivos de pesquisa da Universidade de Chicago, à Live Science, existem papiros maiores, já que esses documentos podem variar bastante de tamanho. Ele não esteve envolvido na última descoberta, mas observou que existem pergaminhos do "Livro do Mortos" de mais de 30 metros de comprimento.
Existem muitos manuscritos que seriam semelhantes em tamanho, mas manuscritos em papiro de antigos textos religiosos egípcios podem variar dramaticamente em tamanho", disse.
O trabalho de conservação do papiro já está sendo concluído e o documento também está sendo traduzido para o árabe, segundo um comunicado que foi lançado em conjunto com um evento que marca o Dia dos Arqueólogos Egípcios, em 14 de janeiro.
Outro papiro foi encontrado em Saqqara em 2022. O documento fragmentado tinha 4 metros e foi descoberto em um poço funerário perto da pirâmide do faraó Teti. O documento tinha o nome de seu dono escrito, um homem chamado "Pwkhaef".
Os poços funerários onde este papiro foi encontrado datam das 18ª e 19ª dinastias do Egito (1550 a.C a 1186 a.C). Pwkhaef, apesar de ter sido enterrado perto da pirâmide do faraó Teti, viveu séculos depois de seu governante. No entanto, nessa época, era comum a prática de ser enterrado ao lado da pirâmide de um ex-governante.
Construída durante o reinado do faraó Djoser, a pirâmide de degraus de Djoser foi a primeira construída pelos egípcios. A área ao seu redor, por milênios, foi utilizada para enterros. O caixão que guardava o papiro recém-descoberto data do Período Tardio (cerca de 712 a.C a 332 a.C).
