Análises genéticas revelaram o nível de diversidade e parentesco das primeiras comunidades das ilhas, trazendo informações inéditas
Novas pesquisas de arqueologia e antropologia revelaram informações cruciais sobre a ocupação tardia do Caribe por populações humanas. Segundo novos dados, as comunidades autóctones eram uma das populações de maior diversidade genética do mundo, tendo chegado às ilhas entre 8.000 e 5.000 anos atrás. Uma pesquisa inda demonstrou que as populações originárias interagiram fortemente com outra leva migratória mais tardia, de 2.000 anos.
A partir de dados de 184 indivíduos de diverso pontos do Caribe, foi possível revelar que as primeiras populações da Era Arcaica (antes de 500 a.C.) se originaram no noroeste da América do Sul, ascendentes da atuais comunidades de língua arawak. Já uma outra pesquisa de entes mais antigos revelou que a região sofreu ao menos três ondas de dispersão populacional, umas delas podendo ter origem na América do Norte.
De acordo com Kathrin Nägele, do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana na Alemanha, o Caribe é marcado por uma "alta mobilidade e conectividade interilhas ao longo da Era Cerâmica [a partir de 500 a.C.]" Segundo um arqueólogo do Museu do Homem Dominicano entrevistado pela Science, “o Caribe sempre foi potencialmente um mosaico de culturas, origens e ancestrais”, mas os colonizadores foram responsáveis por um apagamento desse passado.
Essa diversidade genética é explicada por um movimento cultural das comunidades, que "evitavam uniões de parentes próximos, apesar da quantidade limitada de parceiros", segundo Nägele. Isso teria diminuído o aumento demográfico mesmo nas ilhas maiores. Há claros indícios de conectividade e “a disseminação de ideias e pessoas” no interior da região.