Segundo a Polícia Civil, novos membros eram convidados para grupo pela internet, sendo submetidos a um período de aprovação
No dia 14 de novembro de 2022, oito membros de uma célula neonazista no Brasil foram presos em flagrante em um sítio na cidade de São Pedro de Alcântara, em Santa Catarina, durante uma reunião anual do grupo. Desde então, uma longa e complexa investigação se deu início, que apontou até mesmo que a célula teria relação com uma organização neonazista internacional.
De acordo com a Polícia Civil, como reportado pelo g1, o recrutamento de novos membros para o grupo, geralmente jovens já radicalizados, era feito principalmente pela internet.
Conforme explica o delegado Arthur de Oliveira Lopes, novos integrantes eram contatados pela internet ou em encontros entre células neonazistas brasileiras, sendo aceitos depois de um certo período de aprovação.
Esse grupo possui um sistema mais rigoroso de recrutamento. Tem que ter uma certa convivência, confiança e serem aprovados por unanimidade. Eles possuem um estatuto que tem que ser respeitado e um período a passar", explicou o delegado.
O modelo seguido para recrutamento só foi descoberto pela Polícia Civil depois da prisão dos oito homens no sítio. Além deles, porém, outro dois homens também foram presos no Rio Grande do Sul, não tendo sido detidos em flagrante juntos ao restante pois foram embora do evento um dia antes de a polícia chegar ao local.
Além disso, também foi apontado que todos os 10 homens — detidos preventivamente deste então — pertencem a um braço da Hammerskins, um grupo de supremacia branca e neonazista fundado em 1988 nos Estados Unidos.
Essa organização, por sua vez, também está presente em Portugal, Alemanha e diversos outros países, sendo conhecida como uma das mais organizadas e violentas dos Estados Unidos.
A Polícia Civil de Santa Catarina chegou ao sítio onde acontecia um encontro anual da célula neonazista no Brasil no dia 14 de novembro de 2022, prendendo em flagrante 8 homens. As autoridades ainda explicaram que a cidade de São Pedro de Alcântara foi escolhida por ter sido a primeira colônia alemã no estado, sendo instalada em 1829.
No local, a polícia encontrou revistas, panfletos e outros objetos com símbolos de apologias supremacistas. Adicionalmente, um dos detidos também carregava munições; no local, também foram apreendidos eletrônicos que pertenciam ao grupo.