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Notícias / Crime

Polícia descobre célula neonazista brasileira filial de organização internacional

Filial de grupo internacional de supremacia branca foi descoberta durante investigação da Polícia Civil em Santa Catarina; oito homens foram presos

Éric Moreira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 03/04/2023, às 10h30

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Laureano Vieira Toscani, um dos neonazistas presos em operação da Polícia Civil de Santa Catarina - Reprodução/Vídeo/Fantástico
Laureano Vieira Toscani, um dos neonazistas presos em operação da Polícia Civil de Santa Catarina - Reprodução/Vídeo/Fantástico

Uma investigação realizada pela Polícia Civil de Santa Catarina recentemente descobriu conexões entre grupos neonazistas brasileiros e uma única organização internacional supremacista branca. Ao todo, com a operação, não só o plano de implantação de uma célula radical no Brasil foi descoberto, como também oito homens foram presos no total.

Entre os detidos, um nome de bastante destaque para as autoridades é o de Laureano Vieira Toscani. De acordo com o Fantástico, da Rede Globo, ele é um neonazista já conhecido pelas autoridades, que vinha praticando crimes de ódio há bastante tempo, tendo como principais alvos judeus, negros e homossexuais.

As investigações, por sua vez, apontaram que Laureano faria parte de um grupo internacional de supremacia branca que nasceu na década de 1980, nos Estados Unidos, tendo se propagado pelo mundo principalmente a partir de ideias constituintes de músicas de algumas bandas de rock do movimento conhecido como "skinhead" ("cabeças raspadas", em português), que pregava, entre outras coisas, o ódio racial.

Skinheads durante movimento neonazista nos Estados Unidos
Skinheads durante movimento neonazista nos Estados Unidos / Crédito: Getty Images

São marcadamente violentos, racistas, neonazistas e buscam atacar e perseguir minorias. Eles têm essa definição de um grupo mais fechado, formado justamente por indivíduos ligados aos skinheads neonazistas", explica o professor de História Contemporânea Odilon Caldeira Neto ao Fantástico.

"Negócio local"

Apesar de a Polícia indicar que o movimento descoberto no Brasil possua relação com uma organização internacional muito maior, que planta células neonazistas em diversos países, Laureano negou às autoridades que fizesse parte de um grupo internacional: "É um negócio local nosso aqui, no Brasil. Não tem nada a ver com internacional, nem nada."

Porém, o nome com o qual o grupo se referia no aplicativo de mensagens Telegram, por onde se organizavam virtualmente, era comum em diversos outros países, além de que identificam por padrão as bases de apoio no grupo internacional de supremacia branca do qual as autoridades suspeitam. As investigações, por sua vez, começaram depois de uma denúncia anônima, em 2022, de que haveria um encontro de neonazistas em um sítio em Santa Catarina.

"De fato, encontramos um grupo de indivíduos adeptos e integrantes de uma organização skinhead neonazista transnacional. Localizamos toda a vestimenta utilizada por eles, toda a indumentária que identifica eles como um grupo neonazista", afirma ao Fantástico o delegado Arthur de Oliveira Lopes. Por fim, nos celulares dos suspeitos diversas mensagens de cunho racista também puderam ser lidas.