Homem que denunciou esquema de lavagem de dinheiro do PCC foi morto a tiros enquanto embarcava para uma viagem internacional
O empresário Vinicius Gritzbach foi executado em um tiroteio no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na tarde desta sexta-feira, 8. O ataque, que deixou pelo menos quatro pessoas feridas, foi confirmado pelas autoridades de segurança.
De acordo com informações preliminares, o homem era alvo de uma investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). O empresário teria delatado um grande esquema de lavagem de dinheiro da organização criminosa, incluindo os traficantes Anselmo Cara Preta, Claudio Djoango e Rafael Maeda, o japa. Além disso, Vinicius teria denunciado supostos empresários que participaram de um atentado contra sua vida.
O repórter Marcelo Moreira, do Brasil Urgente, afirmou que, segundo suas fontes, o ataque no aeroporto foi uma execução em retaliação à delação. O empresário estava embarcando para uma viagem internacional quando foi surpreendido pelos atiradores.
Segundo a Band, Gritzbach já havia sido alvo de um atentado, na noite de Natal do ano passado, quando estava em seu apartamento no Jardim Anália Franco, bairro nobre da zona leste de São Paulo. Na ocasião, um disparo foi feito de um prédio em frente, mas ninguém foi atingido.
A investigação conduzida pela polícia busca determinar se o ataque foi orquestrado pelo PCC ou se pode estar relacionado a outras motivações, como uma possível queima de arquivo. Isso porque Gritzbach havia firmado um acordo de delação premiada e possuía inimigos entre agentes públicos, que ele alegava ter subornado com grandes quantias.
Gritzbach, junto com o agente penitenciário David Moreira da Silva, de 38 anos, havia sido acusado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) dos homicídios de Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como "Cara Preta", e Antônio Corona Neto, apelidado "Sem Sangue", repercute o colunista do UOL Josmar Jozino.
Os crimes ocorreram no Tatuapé, zona leste de São Paulo, no final de 2021. Cara Preta era uma figura importante dentro do PCC, com envolvimento no tráfico internacional de drogas, enquanto Sem Sangue atuava como seu motorista e aliado próximo.
Após serem detidos e acusados formalmente pela Justiça, ambos os suspeitos foram liberados para responder ao processo em liberdade. Em junho de 2023, Gritzbach deixou a Penitenciária 1 de Presidente Venceslau usando tornozeleira eletrônica. Sua defesa manifestava preocupação com a segurança dele dentro da prisão devido à sua ligação com o PCC.