Raríssimo par de potes de porcelana do século 16 é vendido por R$ 71,4 milhões, superando em muito estimativa de venda inicial
Um par de excepcionais potes de peixes da Dinastia Ming, datados do século 16, foi arrematado por um valor recorde de R$ 71,4 milhões em um leilão realizado pela Sotheby's na última quarta-feira, 6. A disputa acirrada entre mais de 10 colecionadores durou 20 minutos, até que um comprador particular na Ásia levasse a peça, superando em muito a estimativa inicial de R$ 7,4 milhões.
Esse resultado notável faz dessa a obra de arte chinesa mais cara vendida em leilão no mundo este ano", disse a Sotheby’s ao fim do leilão.
A raridade da peça, com apenas um outro par completo conhecido, atualmente no Museu Guimet, em Paris, e três potes únicos com tampas em coleções particulares, contribuiu significativamente para o valor final.
A história desses potes é tão fascinante quanto sua beleza. Mantidos em uma coleção familiar alemã por cerca de um século, eles foram preservados de forma milagrosa durante a Segunda Guerra Mundial, quando foram removidos para um local seguro antes da destruição da casa da família em Wiesbaden.
Produzidos durante o reinado do Imperador Jiajing, de 1522 a 1566, os potes de peixes representam um marco na história da porcelana chinesa. A decoração, com carpas douradas nadando em meio a lótus e outras plantas, carrega um profundo significado simbólico no Taoismo, filosofia que o imperador admirava.
Os peixes, associados à liberdade e à harmonia com a natureza, eram considerados símbolos de uma vida feliz e despreocupada.
Segundo a CNN, o mercado para cerâmicas chinesas tem experimentado um crescimento exponencial nos últimos anos, impulsionado principalmente pelo aumento da riqueza na China e pelo desejo dos colecionadores em recuperar seu passado cultural.
"Há toda essa nova riqueza na China e indivíduos com altíssimo patrimônio que estão extremamente ansiosos para recuperar seu passado", disse Nicolas Chow, presidente de arte chinesa da Sotheby's Ásia, em entrevista à CNN.
Chow ainda explica que a cerâmica sempre ocupou um lugar central na história chinesa e que os avanços tecnológicos alcançados pelos chineses ao longo dos séculos são inigualáveis.