Ambos foram generais do Exército e estiveram à frente do país durante a Ditadura Militar
Na última quinta-feira, 20, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) recebeu uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para caçar os títulos de professor e doutor Honoris Causa que foram concedidos, respectivamente, aos ex-presidentes Arthur Costa e Silva e Emílio Garrastazu Médici.
Médici e Costa e Silva foram generais do Exército e estiveram à frente do país durante a Ditadura Militar, que começou com o Golpe em 1964 e terminou em 1985. Artur da Costa e Silva comandou o Brasil entre 15 de março de 1967 e 31 de agosto de 1969; e Médici logo em sequência, de 30 de outubro de 1969 até 15 de março de 1974.
O MPF também sugeriu que a instituição de ensino institua uma Comissão da Verdade, algo que a UFRGS teria se comprometido a fazer em 2013, mas segundo o órgão federal, nunca o fez. A medida serviria para estabelecer a memória, verdade e reparação em relação à Ditadura.
Passados quase nove anos do anúncio de que seria constituída Comissão da Verdade no âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, esta não foi instituída e tampouco houve ou há procedimento para instituição", diz trecho da recomendação, que foi assinada pelo procurador Enrico Rodrigues de Freitas.
Segundo aponta o G1, a UFRGS informou que o documento foi encaminhado para seu Conselho Universitário e, por enquanto, não se manifestará sobre o assunto.A reitoria tem 30 dias para responder sobre a constituição da Comissão da Verdade e 60 para dar uma resposta em relação a cassação ou revogação das homenagens.
“O Gabinete do Reitor, por meio do secretário de Comunicação André Prytoluk, informa que o processo relativo à RECOMENDAÇÃO PRDC/PR/RS Nº 1/2022 foi encaminhado para a secretaria do Conselho Universitário, encontrando-se ainda em fase inicial de tramitação na Universidade. Neste momento, não haverá manifestação institucional da UFRGS sobre essa questão”, diz a Universidade em nota.