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Notícias / Astronomia

Marte já abrigou praias paradisíacas como as da Terra, revelam varreduras

Novas varreduras de rovers revelam que Marte pode já ter abrigado um oceano e praias, o que reforça hipótese de suporte a formas de vida

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 26/02/2025, às 11h00

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Fotografia de Marte - Getty Images
Fotografia de Marte - Getty Images

O que hoje conhecemos como "planeta vermelho", Marte pode, há bilhões de anos, já ter sido um local bastante favorável a férias, com praias arenosas e um grande oceano, segundo apontaram novas varreduras de radar feitas por um veículo espacial chinês.

As novas descobertas foram publicadas na última terça-feira, 25, no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, e conta com descobertas feitas pelo rover chinês Zhurong. Os novos apontamentos sugerem que Marte tinha um oceano gigantesco chamado Deuteronilus há mais de 3 bilhões de anos, que seria bastante parecido com os mares da Terra, inclusive com potencial de abrigar vida.

Estamos encontrando lugares em Marte que costumavam parecer praias antigas e antigos deltas de rios", afirma o professor Benjamin Cardenas, assistente de geologia na Universidade Estadual da Pensilvânia e coautor do estudo, em declaração. "Encontramos evidências de vento, ondas, sem escassez de areia — uma praia adequada, estilo férias".

Segundo o Live Science, Zhurong pousou em Marte em 2021, e desde então vem percorrendo uma longa costa ressecada, examinando a geologia ao redor, além de buscar sinais de água evaporada ou gelo.

Fotografia de Echus Chasma, uma das maiores regiões de fonte de água em Marte / Crédito: Getty Images

Ao escanear a superfície, o rover descobriu uma série de estruturas em camadas conhecidas como depósitos de foreshore, que podem ser vistos nas praias da Terra, sendo formados a partir de sedimentos lançados por marés e ondas.

"Isso se destacou para nós imediatamente porque sugere que havia ondas, o que significa que havia uma interface dinâmica de ar e água", explica Cardenas. "Quando olhamos para trás, para onde a vida mais antiga na Terra se desenvolveu, foi na interação entre oceanos e terra, então isso está pintando um quadro de antigos ambientes habitáveis, capazes de abrigar condições amigáveis ​​à vida microbiana".

Além disso, quando comparadas com as costas terrestres, essas formações também colaboram para que cientistas descartem outras possíveis origens. Afinal, ao contrário de formações feitas por fluxos de rios, ventos ou mesmo atividade vulcânica, a espessura e o formato das depressões encontradas em marte são consistentes com origens costeiras.

Vida em Marte?

"Estamos vendo que a linha costeira deste corpo de água evoluiu ao longo do tempo", acrescenta Cardenas. "Tendemos a pensar em Marte como apenas um instantâneo estático de um planeta, mas ele estava evoluindo. Rios estavam fluindo, sedimentos estavam se movendo e a terra estava sendo construída e erodida. Este tipo de geologia sedimentar pode nos dizer como era a paisagem, como ela evoluiu e, mais importante, nos ajudar a identificar onde gostaríamos de procurar por vida passada".

Vale acrescentar que, caso realmente tenha existido, o oceano Deuteronilus provavelmente existiu por "somente" um bilhão de anos, na história de 4,5 bilhões de anos do planeta vermelho. Ainda assim, isso é tempo suficiente para o surgimento de formas de vida.

Porém, os pesquisadores reforçam que, apesar das evidências, elas ainda não são suficientes para confirmar se Marte já abrigou vida. Mas essa confirmação pode não estar muito distante, tendo em vista análises anteriores de outras amostras do planeta vermelho.