Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Brasil

Jovem com a 'pior dor do mundo' está sem sentir dores, após sair da UTI

Carolina Arruda, de 27 anos, chamou atenção recentemente ao buscar direito de suicídio assistido no exterior, devido a doença que causa a 'pior dor do mundo'

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 16/07/2024, às 09h15

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Carolina Arruda - Redes Sociais
Carolina Arruda - Redes Sociais

Nos últimos tempos, a brasileira Carolina Arruda, de 27 anos, chamou atenção ao divulgar o interesse em arrecadar fundos para conseguir um suicídio assistido na Suíça, devido a uma doença rara que sofre que lhe provoca a 'pior dor do mundo'. Agora, porém, ela está em novo tratamento e, após deixar a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nesta segunda-feira, 15, disse ao g1 que não está sentindo dores.

Nos últimos dias, Carolina vem passando por uma série de exames, para tentar encontrar uma forma de burlar a dor que ela sente devido à neuralgia do trigêmeo. Ela descreve a ausência da dor como "uma experiência inédita em mais de uma década da minha vida".

Na semana passada, pouco antes de ser levada à UTI da Santa Casa em Alfenas, em Minas Gerais, Carolina alegou estar feliz com o início do novo tratamento. Ela sofre com dores constantes e angustiantes desde os 16 anos, quando estava grávida. "Confesso que senti uma faísca de esperança", disse ela ao g1.

Já o médico Carlos Marcelo, que a vem acompanhando, ressaltou que cada etapa do tratamento deve ser realizada com extrema cautela, visto que "tratamentos como o da Carolina são complexos e demorados. Eles devem ser realizados com base nas melhores evidências científicas disponíveis".

Muito importante salientar que o tratamento pode levar meses. Esta fase inicial tem objetivo de tirar dela o sofrimento agudo. Os próximos passos serão tomados de maneira mais racional e amena. Quando o paciente está em pleno sofrimento, isso é muito difícil", acrescenta.

Pior dor do mundo

Estudante de medicina veterinária, hoje Carolina Arruda é residente da cidade de Bambuí, no centro-oeste de Minas Gerais, sendo casada há três anos e mãe de uma menina de 10. Suas dores começaram aos 16 anos, enquanto se recuperava de uma dengue.

"A primeira dor veio quando estava sentada no sofá da casa da minha avó, tinha acabado de me recuperar de uma dengue. Era uma dor forte, fora do comum. Eu gritava e chorava. Tentei explicar o que era, mas não conseguia palavras porque nunca tinha sentido uma dor tão absurda. A princípio achei que seria uma dor de cabeça em decorrência da dengue", relatou ela. 

O diagnóstico de neuralgia do trigêmeo, por sua vez, só foi feito há 7 anos pelo neurocirurgião Marcelo Senna, que já possui mais de 30 anos de experiência com essa doença, tendo inclusive diagnosticado o bisavô de Carolina. "As dores decorrem de uma artéria que acaba se deslocando e comprimindo o nervo do trigêmeo que, na face, é o mais calibroso. As causas do que provoca essa compressão são desconhecidas, então, não há como falar de hereditariedade", explica.

A dor causada por essa doença, também conhecida como "doença do suicídio", é comparada por muitos a choques elétricos ou mesmo facadas, segundo o g1. Vale mencionar que o trigêmeo é um dos maiores nervos do corpo humano, sendo responsável pelas sensações que se espalham pelo rosto — e a doença pode provocar dores angustiantes com gatilhos simples, como falar, mastigar ou escovar os dentes.

+ Primeiro caso de morte por eutanásia é registrado no Peru

Após o diagnóstico da doença, Carolina realizou diversos tratamentos, mas nenhum lhe trouxe alívio suficiente para melhorar sua qualidade de vida. Por isso, ela decidiu pôr fim ao sofrimento, e iniciou uma campanha na internet para conseguir arrecadar recursos financeiros para ir até a Suíça, onde poderia realizar um suicídio assistido — o que, assim como a eutanásia, é proibido no Brasil. Agora, dependendo do resultado do novo tratamento, ela pode reavaliar a decisão.