Renia Spiegel narrou como era a vida de um judeu durante a ocupação nazista na Polônia. Ela foi assassinada a tiros dias após fazer 18 anos
O diário de Renia Spiegel não foi lido por mais de 70 anos. A família, incapaz de superar a morte da menina, deixou os relatos intocados dentro de um cofre no banco. No entanto, Alexandra Bellak, sobrinha de Renia, decidiu que era hora de revelar essa história para o mundo. Em 2012, ela começou a traduzir os textos do polonês para o inglês.
A adolescente judia teve seus desabafos secretos comparados com os de Anne Frank, outra menina judia que foi assassinada pelo holocausto nazista, na Alemanha. Spiegel foi morta aos tiros por soldados alemães, na Polônia, após ter seu esconderijo no sótão de uma casa descoberto. Ela tinha acabado de fazer 18 anos.
“Onde quer que eu olhe, há derramamento de sangue. Que pogroms terríveis. Há matança, assassinato. Deus Todo-Poderoso, pela enésima vez que eu me humilho na sua frente, ajude-nos, salve-nos! Senhor Deus, vamos viver, eu te imploro, eu quero viver! Eu experimentei tão pouco da vida. Eu não quero morrer Eu tenho medo da morte”, diz a entrada do diário do dia 7 de junho de 1942.
Nos relatos, ela descreve os bombardeios, desaparecimentos, a necessidade de se esconder e todo o horror causado pelo holocausto. “Com a ascensão do antissemitismo e do nacionalismo, aqui e no exterior, é mais oportuno do que nunca”, analisa a tradutora e sobrinha Alexandra Bellak.