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Notícias / Ciência

Fóssil de pequeno hominídeo revela mistérios de antiga espécie 'humana'

Em descoberta fascinante na Ilha de Flores, na Indonésia, restos mortais de "Hobbit" sugere nanismo insular e evolução única

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 06/08/2024, às 15h38

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Crânio da espécie humana primitiva Homo floresiensis - Divulgação/Alamy
Crânio da espécie humana primitiva Homo floresiensis - Divulgação/Alamy

Uma descoberta arqueológica na ilha de Flores, na Indonésia, trouxe à luz os restos mortais de um dos menores hominídeos já registrados, oferecendo novas pistas sobre a evolução humana. O fóssil, um osso do braço pertencente a um Homo floresiensis adulto, datado de 700.000 anos atrás, sugere que essa espécie diminuta, popularmente conhecida como "hobbit", pode ter sofrido uma drástica redução no tamanho do corpo devido às pressões evolutivas únicas de viver isolado em uma ilha.

O conceito de nanismo insular, onde espécies presas em ilhas evoluem para tamanhos menores, é bem documentado em animais como elefantes pigmeus e ratos gigantes. No entanto, a ideia de que hominídeos também possam ter seguido esse caminho evolutivo tem gerado debates acalorados entre cientistas.

No que diz respeito aos animais, ninguém tem problemas com o nanismo insular, mas quando se trata de hominídeos, parece de alguma forma mais difícil de aceitar,” explicou o Dr. Gert van den Bergh, paleontólogo da Universidade de Wollongong, na Austrália, no estudo, publicado na Nature.

Desde a descoberta dos primeiros fósseis de Homo floresiensis há duas décadas, datados de 60.000 anos atrás, a origem desta espécie miniatura tem sido alvo de intensas discussões. Alguns especialistas sugerem que esses hominídeos eram descendentes do Homo erectus, uma espécie arcaica semelhante em estatura aos humanos modernos, que de alguma forma ficou isolada em Flores. Outros propõem que eles poderiam estar relacionados a uma espécie mais primitiva e naturalmente pequena.

O fóssil do braço recém-descoberto, juntamente com um par de dentes semelhantes aos do Homo erectus, reforça a teoria de que os "hobbits" descendem do Homo erectus. A equipe de pesquisa conseguiu estimar a altura desse humano antigo em cerca de 1 metro, ligeiramente menor que os esqueletos descobertos anteriormente na ilha.

“Este úmero adulto de 700.000 anos não é apenas mais curto do que o do Homo floresiensis [original], é o menor osso do braço superior conhecido do registro fóssil de hominídeos em todo o mundo,” afirma o Prof. Adam Brumm do Centro Australiano de Pesquisa para Evolução Humana da Universidade Griffith.

Acredita-se que o nanismo insular tenha surgido como uma adaptação para sobrevivência em ambientes de recursos limitados, onde um corpo menor pode ser vantajoso. “Acreditamos que os primeiros progenitores do 'hobbit' eram ainda menores do que pensávamos anteriormente,” adiciona Brumm.

Dúvidas

Apesar dos avanços, várias perguntas permanecem sem resposta, como a rota que os ancestrais do floresiensis tomaram para chegar à ilha de Flores. Segundo o 'The Guardian', ferramentas de pedra indicam que a ilha foi ocupada há 1 milhão de anos, levantando questões sobre as capacidades de navegação desses antigos hominídeos.

O professor Chris Stringer, do Museu de História Natural, que não participou da pesquisa, comenta: “Ser capaz de rastrear uma única linhagem hominídea em evolução ao longo desse período é muito promissor para pesquisas futuras.”