Até então, os historiadores pensavam que apenas os mais ricos tinham acesso à planta, que era considerada sagrada
Um artigo científico publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences nesta segunda-feira, 26, encontrou evidências de que o consumo de cacau através da civilização maia era mais disseminado do que anteriormente pensado.
A planta era considerada sagrada para os maias, estando presente em diversos rituais e sendo por vezes usada como moeda, conforme informações repercutidas pelo portal Science News.
No passado, arqueólogos descobriram resquícios dela em vasos presentes nos enterros de indivíduos da elite, levando-os a acreditar que a camada mais poderosa da sociedade monopolizava o cacau.
A descoberta recente, todavia, desafia essa noção, mostrando vestígios do fruto em fragmentos de cerâmica retirados dos sepultamentos de membros menos abastados da civilização maia.
Ainda segundo o Science News, os responsáveis pela pesquisa recentemente publicada analisaram 54 cerâmicas fabricadas no período entre os anos 600 e 900. Os fragmentos pertenciam, mais especificamente, a utensílios usados para a alimentação, como pratos, tigelas e jarros.
Um detalhe fundamental a respeito desses artefatos é que eles foram desenterrados de áreas onde viviam as porções menos nobres de El Pilar, uma antiga cidade maia. Ainda assim, mais da metade dos objetos traziam vestígios de cacau, mostrando não apenas que seu consumo atravessava diferentes classes sociais, como também ocorria em mais contextos do que imaginávamos até então.