Investigação do The New York Times revelou que sua empresa, Blueprint, esconde um ambiente de trabalho polêmico, envolto em sigilos forçados
Bryan Johnson, multimilionário de 47 anos e figura controversa no mundo do antienvelhecimento, gasta cerca de US$ 2 milhões (R$ 11,5 milhões) por ano para tentar "regredir" sua idade biológica para 18 anos.
No entanto, uma investigação do The New York Times revelou que sua empresa, Blueprint, esconde um ambiente de trabalho polêmico, onde funcionários são forçados a assinar acordos de confidencialidade para manter silêncio sobre seu comportamento excêntrico — que inclui andar nu pelo escritório e discutir detalhes íntimos de sua vida sexual.
Ex-missionário mórmon, Johnson teria imposto contratos de sigilo não apenas a funcionários, mas também a fornecedores, contratados temporários e até mesmo a suas parceiras sexuais. Sua obsessão com a longevidade o levou a criar uma espécie de culto, chamado "Don't Die", que atrai seguidores dispostos a pagar até R$ 2 mil para assistirem às suas palestras.
Após vender sua empresa de pagamentos, Braintree, para o PayPal em 2013, Johnson passou por uma fase de excessos, envolvendo drogas psicodélicas como DMT e contratações de acompanhantes, segundo depoimentos de 30 fontes ouvidas pelo jornal americano.
Fundador da startup de tecnologia cerebral Kernel, Johnson recusou um convite para trabalhar com Elon Musk na criação da Neuralink. No entanto, à medida que Musk se tornava cada vez mais famoso, Johnson se questionava por que não recebia a mesma atenção da mídia.
Em 2023, ele implementou um acordo de confidencialidade com 20 páginas de restrições, proibindo a divulgação de qualquer informação sobre sua casa, escritório, veículos e até mesmo itens pessoais.
Além disso, funcionários eram obrigados a assinar múltiplos documentos, incluindo um termo de "opt-in", no qual precisavam declarar que estavam confortáveis com seu chefe vestindo "pouca ou nenhuma roupa" e falando abertamente sobre "atividades sexuais, incluindo ereções".
Eles também tinham que concordar que esse comportamento não era "indesejável, ofensivo ou humilhante".
The New York Times knowingly published false and misleading statements about Blueprint:
— Bryan Johnson (@bryan_johnson) March 23, 2025
“Participants…apparently saw their testosterone levels drop, became prediabetic, and reported side-effects including nausea and bloating…” and claimed Dr. Zolman departed over the study…
Johnson defendeu essa política em uma publicação no X (antigo Twitter), alegando que os contratos eram "justos para todos os envolvidos".
O magnata do biohacking ganhou notoriedade mundial ao divulgar seus hábitos extremos para frear o envelhecimento, incluindo transfusões de plasma de seu próprio filho e o consumo de quase 100 suplementos por dia. Ele também tornou públicas informações sobre sua frequência diária de ereções, comparando-as com as do filho.
No entanto, suas práticas começaram a levantar dúvidas. O New York Times revelou que o Longevity Mix, suplemento vendido por Johnson, causou efeitos colaterais inesperados em alguns usuários.
Entre os 1.700 participantes de um estudo conduzido pela Blueprint, 60% relataram problemas como queda nos níveis de testosterona e aumento da glicose no sangue, segundo documentos internos da empresa.