Em meio a uma série de disputas internas dentro da organização, príncipe Harry renunciou à instituição de caridade Sentebale, que cofundou em 2006
Publicado em 26/03/2025, às 08h35
O príncipe Harry renunciou recentemente a uma instituição de caridade africana que criou há 20 anos, após uma série de brigas internas na organização. A Sentebale, foi fundada em Lesoto em 2006, para ajudar pessoas lá e em Botsuana que viviam na pobreza, além de diagnosticados com HIV e Aids.
Mas agora, o príncipe Harry e outro cofundador, o príncipe Seeiso, do Lesoto, renunciaram aos seus cargos de patrono, na terça-feira, 25. A renúncia foi motivada por uma série de disputas que tinham com a presidente, a Dra. Sophie Chandauka, uma advogada que foi nomeada para a posição em 2023.
Harry fundou a Sentebale em homenagem à sua mãe, Diana, após visitar o Lesoto durante seu ano sabático. A disputa recente, conforme repercute o Times, surgiu após uma decisão de concentrar a arrecadação de fundos na África.
"Esses curadores agiram no melhor interesse da instituição de caridade ao pedir que a presidente renunciasse, mantendo o bem-estar da equipe em mente. Por sua vez, ela processou a instituição de caridade para permanecer nessa posição voluntária, ressaltando ainda mais o relacionamento rompido", informaram Harry e Seeiso em declaração. "Agradecemos a todos os curadores pelos serviços prestados ao longo dos anos e estamos realmente desolados por eles terem que levar adiante esse ato".
O que aconteceu é impensável. Estamos em choque por termos que fazer isso, mas temos uma responsabilidade contínua com os beneficiários de Sentebale, então compartilharemos todas as nossas preocupações com a Charity Commission sobre como isso aconteceu", complementa a declaração.
Segundo o The Guardian, o papel de Harry na Sentebale era um dos poucos patrocínios privados que ele manteve após ter seus patrocínios reais e posições militares honorárias destituídos, depois de renunciar às suas funções reais e sair da monarquia. Por isso, "a decisão é nada menos que devastadora para todos nós, mas não vemos outro caminho a seguir como resultado da nossa perda de confiança no presidente do conselho", segundo declaração dos antigos administradores.
Um porta-voz da instituição de caridade ainda acrescentou que ela não recebeu demissões de nenhum dos patronos reais: "Temos o prazer de confirmar a reestruturação do nosso conselho em 25 de março de 2025 para apresentar especialistas com as capacidades e redes para acelerar a agenda de transformação da Sentebale, conforme anunciado no ano passado".
Em resposta, Chandauka disse: "Tudo o que faço na Sentebale é em busca da integridade da organização, sua missão e dos jovens que servimos. Minhas ações são guiadas pelos princípios de justiça e tratamento equitativo para todos, independentemente do status social ou meios financeiros".
"Há pessoas neste mundo que se comportam como se estivessem acima da lei e maltratam as pessoas, e então jogam a carta da vítima e usam a imprensa que desprezam para prejudicar as pessoas que têm a coragem de desafiar sua conduta", continua a presidente da organização.
"Leitores perspicazes se perguntarão: por que a presidente do conselho denunciaria seus próprios curadores à Comissão de Caridade? Por que a alta corte da Inglaterra e do País de Gales ouviria seu caso e emitiria uma liminar de emergência para impedir que os mesmos curadores a removessem da presidência do conselho? Bem, porque por trás de toda a narrativa de vítima e ficção que foi distribuída para a imprensa está a história de uma mulher que ousou denunciar problemas de má governança, gestão executiva fraca, abuso de poder, intimidação, assédio, misoginia — e o encobrimento que se seguiu".
Por fim, a Charity Commission afirmou à BBC que já estava "ciente das preocupações sobre a governança" da Sentebale, e por isso estavam "avaliando os problemas para determinar as etapas regulatórias apropriadas".