"A combinação de grandes mudanças ambientais, como desmatamento e pobreza, pode acender o fogo de uma pandemia global", explicou uma das autoras do artigo
A transformação de habitats naturais como florestas em terras agrícolas, por meio do desmatamento, pode aumentar a propagação de doenças como a covid-19, afirma um novo estudo da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, publicado na revista científica Landscape Ecology.
"No momento em que o COVID-19 está causando um nível sem precedentes de devastação econômica, social e de saúde, é essencial que pensemos criticamente sobre como os comportamentos humanos aumentam nossas interações com animais infectados por doenças", disse a principal autora do artigo, Laura Bloomfield.
De acordo com a recente tese, com a perda de florestas tropicais, por exemplo, o desmatamento força uma maior interação física de humanos com primatas selvagens e os vírus que eles carregam. A intrusão da agricultura traz atividades humanas a esses locais. Dessa forma, o local de contato entre as espécies aumenta, o que provavelmente eleva os índices de propagação de doenças.
Essas fronteiras compartilhadas entre fragmentos de floresta residual e paisagens agrícolas possibilitam que vírus que são transmitidos de animais para pessoas se transformem em situações de cada vez mais larga escala. Segundo Bloomfield a “combinação de grandes mudanças ambientais, como desmatamento e pobreza, pode acender o fogo de uma pandemia global”.
"No final das contas, a conservação da terra e a redução da fragmentação da floresta são nossa melhor aposta para reduzir as interações entre humanos e animais selvagens", concluiu Tyler McIntosh, co-autor do artigo.