A espécie do gênero Halteria pode se alimentar de vírus infecciosos presentes no mesmo habitat aquático
Nesta terça-feira, 3, foram divulgados na revista Proceedings of National Academy of Sciences estudos, realizados ao longo de todo o mês de dezembro de 2022, sobre um microrganismo da espécie do gênero Halteria que pode se alimentar de vírus infecciosos que compartilham do mesmo habitat.
Segundo informações publicadas pela revista Galileu, John DeLong, cientista da Universidade de Nebraska-Lincoln, nos Estados Unidos, investigou, juntamente com uma equipe especializada, que os vírus, apesar de conhecidos apenas como uma fonte de infecção, podem servir também para a nutrição de outros seres.
Os experimentos de DeLong foram baseados na análise da água em que os microrganismos estavam presentes. Assim, foi concluído que, para conseguirem sobreviver em condições aquáticas, as algas, que são revestidas pelos organismos ciliados, conseguem ingerir os vírus para garantirem sua sobrevivência.
It takes a keen eye to spot a microbe grazing on viruses! Biologist John DeLong & colleagues tagged viruses with a fluorescent glow. Soon, several different types of microbes appeared to have chewed-up virus inside their little guts. https://t.co/NoDaaacBL5pic.twitter.com/wC8GgSYvOp
— Corey S. Powell (@coreyspowell) January 2, 2023
Tal descoberta também é explicada pelo fato de que os vírus são feitos de outras propriedades elementares. Em nota, o pesquisador e ecologista afirmou:
Eles [vírus] são feitos de coisas realmente boas: ácidos nucléicos, muito nitrogênio e fósforo. Tantos organismos comem qualquer coisa que encontram. Certamente algum teria aprendido a comer essas matérias-primas".
A equipe, que contou com a participação dos virologistas James Van Etten e David Dunigan, ainda analisou duas amostras de algas verdes, uma apenas com água e outra com porções do vírus Chlorovirus.
Em dois dias, a amostra que possuía uma única fonte de alimento, no caso, o vírus, cresceu 15 vezes mais em relação a outra.
Alguns ciliados podem consumir partículas virais suficientes para promover o crescimento populacional em um nível semelhante ao crescimento protista em geral", completou DeLong.
A importância das pesquisas está relacionada com descobertas inéditas sobre a teia alimentar, evolução e diversidade das espécies.
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