Nas redes sociais, Padre Júlio Lancelotti publicou uma foto da placa e acusou o estabelecimento, em Minas Gerais, de aporofobia
Na última quarta-feira, 11, o padre Júlio Lancellotti publicou em seu Instagram a foto de um cartaz colocado em uma padaria, localizada em Divinópolis, Minas Gerais, que pedia aos clientes que não ajudassem as pessoas em situação de rua. O padre também acusou o estabelecimento de aporofobia, que corresponde a aversão ou desprezo pelos pobres.
“Prezados clientes: pedimos a sua colaboração ao não ajudar os moradores de rua, para evitar maiores transtornos”, diz a mensagem colocada na padariaPão de Mel.
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Em comunicado para a CNN, o gerente da padaria, responsável pela colocação da placa, informou que a situação foi um mal entendido e que o papel já foi retirado:
Nosso interesse nunca foi prejudicar a imagem dos menos favorecidos nem cercear o direito de liberdade de ninguém em dar ou não dar alimento, se trata de um mal entendido. A placa ja foi retirada".
O padre Júlio Lancellotti é um ativista dos direitos humanos e coordenador da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo. Em suas redes sociais, ele publica sua rotina em ações de acolhimento dos necessitados e denuncia os locais que praticam a aporofobia.
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Em vez de encontrarmos respostas humanizadoras e acolhedoras, as respostas que encontramos são colocar pedras, espetos, espinhos, lanças, gotejamento de águas, óleo. Todas essas coisas são sintomas de perversidade e maldade. Em vez de hostilizar, precisamos encontrar formas de acolher", declarou Júlio à CNN.
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Na última quarta-feira, 11, foi promulgada no Congresso Nacional a Lei Padre Júlio Lancellotti, que proíbe a chamada “arquitetura hostil”, construções que visam afastar ou impedir que pessoas em situação de rua ocupem os espaços públicos. Anteriormente, o projeto de lei havia sido aprovado, porém, foi vetado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.