Em discurso para a imprensa na Hungria, o presidente sinalizou que as críticas ao desmatamento vêm de notícias distorcidas
Após visita polêmica à Rússia, o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, viajou à Hungria para conversar com os líderes do país europeu.
Durante seu encontro com o presidente húngaro, János Áder, o brasileiro, aparentemente, discutiu diversas questões ambientais, que foram passadas à imprensa em uma declaração, nesta quinta-feira, 17.
A fala, que foi expressa ao lado do primeiro-ministro da Hungria Viktor Orbán, espalhou informações falsas sobre os números de desmatamento e preservação da Amazônia.
O Brasil tem sido profundamente criticado nos últimos tempos devido à falta de políticas públicas protegendo o fundamental bioma.
Acusando estas críticas de nascerem de informações distorcidas, Bolsonaro negou qualquer destruição da região amazônica e declarou que esta é uma tentativa de interpretar a nação brasileira como o “grande vilão”.
Há pouco conversei também com o nosso presidente da Hungria, ele se focou muito mais na questão ambiental. Eu tive a oportunidade de falar para ele o que representa a Amazônia para o Brasil e para o mundo. E muitas vezes as informações sobre essa região chegam para fora do Brasil de forma bastante distorcida, como se nós fôssemos os grandes vilões no que se leva em conta a preservação da floresta e sua destruição, coisa que não existe".
Mesmo que dados da organização Mapbiomas apontem que pelo menos 9% dos 66% da cobertura vegetal brasileira é secundária, ou seja cresceu após o território ser desmatado, o presidente declarou que mais de sessenta por cento do Brasil é preservado. Além de usar o momento para defender o ‘agronegócio’.
Nós preservamos 63% do nosso território. E não se encontra isso em praticamente nenhum outro país do mundo. Nós nos preocupamos até mesmo com o reflorestamento, coisa que não vejo nos países da Europa como um todo. Então, essa informação, essa desinformação passa para o lado de um ataque à nossa economia que vem obviamente em grande parte do agronegócio".
Junto a isto, o Brasil atingiu mais de 10 mil quilômetros quadrados de terras desmatadas em 2021, o maior número em 10 anos.
Em absoluto, incluindo todos os biomas brasileiros, 10.362 km² de mata nativa foram destruídos ao longo dos doze meses do ano, de acordo com dados repercutidos pelo portal de notícias g1.