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Notícias / Bebê Rena

Bebê Rena: Entenda o processo movido pela Martha da vida real

Sucesso na Netflix ao redor do mundo, a série Bebê Rena caiu em polêmica com a verdadeira inspiração para a personagem Martha

Redação Publicado em 30/09/2024, às 13h30

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Imagem da série "Bebê Rena" - Divulgação/Netflix
Imagem da série "Bebê Rena" - Divulgação/Netflix

A advogada escocesa Fiona Harvey, de 58 anos, obteve autorização de um juiz californiano para prosseguir com uma ação judicial contra a Netflix. O caso refere-se à série "Bebê Rena", que foi apresentada como uma história verídica e inspirada na peça teatral escrita por Richard Gadd.

Na série, Gadd retrata a personagem Martha, inspirada em Harvey, como uma stalker que teria tornado sua vida um inferno. Ele mesmo interpreta o protagonista Donny Dunn, baseando-se em suas próprias experiências.

Fiona Harvey não foi nominalmente identificada nos episódios, mas acabou sendo descoberta e contestou várias alegações apresentadas no programa. Entre elas, estão duas condenações e uma sentença de cinco anos de prisão por perseguição, fatos que ela nega veementemente.

Inicialmente, Harvey solicitou uma indenização de US$ 170 milhões por difamação, violação do direito de publicidade, negligência e imposição intencional de sofrimento emocional.

Contudo, o juiz descartou as três primeiras alegações e permitiu que o processo continuasse apenas sob a acusação de imposição intencional de sofrimento emocional.

Ele destacou que a frase "esta é uma história verdadeira", exibida no início da série, poderia induzir o público a acreditar plenamente nos eventos retratados.

A produção da Netflix, que alcançou recordes de audiência e venceu quatro prêmios Emmy, gerou repercussão. Em resposta à abertura do processo em julho, a plataforma afirmou sua intenção de defender sua produção e o direito de Richard Gadd contar sua história.

O processo

O juiz distrital Gary Klausner observou que os atos atribuídos a Fiona Harvey foram retratados na série de maneira mais severa do que na realidade. Além disso, ele salientou que a peça original era descrita como "inspirada" em fatos reais e não como um registro fiel dos acontecimentos.

Klausner também mencionou uma declaração de Richard Gadd ao jornal The Times, na qual ele sugere que a decisão de rotular a série como uma "história verdadeira" foi da Netflix. Esse detalhe foi considerado pelo juiz como um possível indício de "malícia real" por parte da empresa de streaming.

Segundo o magistrado, a Netflix não verificou adequadamente os fatos nem tomou medidas para proteger a identidade de Fiona Harvey. Isso resultou em assédio online e perturbação emocional para a advogada, incluindo ataques de pânico e medo de sair de casa.

Fiona se pronunciou publicamente após receber ameaças de morte online, revelando-se em entrevista ao jornalista Piers Morgan.

Após o lançamento da série em abril e os rumores sobre a identidade da stalker ganharem força, Richard Gadd pediu publicamente que as pessoas parassem de tentar descobrir quem era Martha. Entretanto, ele enfatizou que "Bebê Rena" não era um documentário.

Apesar das tentativas da Netflix para arquivar o caso com base no fato de que Harvey não foi diretamente identificada na série, o juiz apontou semelhanças entre Martha e Harvey que levaram à sua identificação pública.