“Esta é uma conquista imensa no sentido de que agora temos um conjunto de dados que podemos usar para avaliar nossa radiação”, afirma cientista
Um novo estudo publicado na revista científica Science analisou a quantidade de radiação que era recebida por astronautas que andaram na Lua em relação ao seus passos na Terra. Para definir essa dose diária de radiação no satélite natural, os cientistas colocaram uma pilha de dez detectores de estado sólido de silício no módulo de pouso robótico Chang'e-4.
O que eles descobriram foi chocante: o ser humano que caminha pela Lua recebe 200 vezes mais radiação do que em seu planeta natal. Se apenas os astronautas que ficaram a bordo na Estação Espacial Internacional forem analisados, esse número é duas a três vezes menor.
“Esta é uma conquista imensa no sentido de que agora temos um conjunto de dados que podemos usar para avaliar nossa radiação” e para avaliar o risco representado para os humanos na Lua”, afirmou Thomas Berger, físico do instituto de medicina da Agência Espacial Alemã.
Os pesquisadores acreditam que esse nível de radiação não aumentará a chance de câncer em mais de 3% para as pessoas que já fizeram a caminhada histórica no satélite. No entanto, o estudo sugere que a presença humana na Lua deverá ser acompanhada de locais seguros com paredes grossas, para que os indivíduos fiquem seguros da radiação.
No espaço, além da radiação ultravioleta que já nos é conhecida no nosso planeta, os astronautas recebem também raios cósmicos galácticos, partículas solares aceleradas, nêutrons e raios gama. As consequências ainda estão sendo avaliadas pelos cientistas envolvidos.