Os pesquisadores identificaram 13 microrganismos que ainda podem se proliferar
Cepas de vírus congelados há 48 mil anos, no permafrost da Sibéria, são capazes de infectar amebas unicelulares vivas até hoje. A descoberta foi relatada em fevereiro, na revista Viruses.
De acordo com o estudo, 13 novosvírus isolados foram identificados, de 7 diferentes amostras antigas de permafrost, em localizações como a península de Kamchatka, na Rússia, e no Rio Lena. As chances de animais ou humanos serem infectados pelos vírus não são claros, mas os microrganismos podem ser ameaças à saúde pública.
Os vírus pertencem a cinco clados diferentes que infectam protozoários Acanthamoeba, e 7 dos 13 vírus foram considerados novos membros da família Pandoraviridae. Os cientistas escreveram no estudo:
Observadas ao microscópio de luz durante a fase inicial do processo de isolamento, sua proliferação em culturas de Acanthamoeba gerou populações não homogêneas de grandes partículas ovoides (até 1 micrômetro de comprimento e 0,5 micrômetro de diâmetro)”.
De acordo com informações da Galileu, a cepa mais antiga entre os vírus data de 48,5 mil anos, e veio de uma amostra de solo de um lago subterrâneo, já as mais novas tinham 27 mil anos. Uma curiosidade é que uma das amostras foi descoberta em pelo de um mamute-lanoso.
Os pesquisadores afirmam que bilhões de anos de distância evolutiva separam os vírus infecciosos do permafrostpré-histórico dos seres humanos e outros mamíferos. Eles também acreditam que os resultados podem ser aplicados para muitos outros vírus de DNA capazes de infectar humanos ou animais.
Além disso tudo, ainda é provável que o permafrost com mais de 50 mil anos, possa liberar esses vírus desconhecidos após o descongelamento, mas o tempo que permanecem infecciosos ainda não foi estimado.