Junta militar de Mianmar condenou 4 homens à execução judicial nesta sexta-feira, 3
A junta militar da nação do sudoeste asiático, Mianmar, anunciou as suas primeiras execuções judiciais desde 1990, nesta sexta-feira, 3. Apesar de condenar à morte dezenas de opositores, a junta não praticava execuções há mais de 3 décadas.
Acusadas de terrorismo, 4 pessoas foram "condenadas a força segundo os procedimentos penais", informou Zaw Min Tun, porta-voz da junta ao veículo AFP.
Dois deles são Phyo Zeya Thaw, ex-deputado e membro da Liga Nacional para a Democracia, partido da ex-líderAung San Suu Kyi, e o ativista pró-democracia Ko Jimmy. Além deles, outros dois homens acusados de terem matado uma mulher que diziam ser informante da junta, também serão executados.
Phyo Zeya Thaw foi eleito para o Parlamento pela Liga Nacional para a Democracia (LND), partido de Aung San Suu Kyi, em 2015. Detido em janeiro e condenado em dezembro, ele é acusado de ter organizado ataques ao regime, infringindo leis antiterroristas. Em agosto atacou um trem, resultando na morte de 5 policiais.
O ativista pró-democrático, "Ko Jimmy", Kyaw Min Yu, foi condenado por incitar a rebelião em suas redes sociais. Antes do atual golpe de Estado, ele ficou conhecido por participar de revoltas estudantis em 1988, contra a antiga junta militar. De acordo com Zaw Min Tun, ainda não há datas para as execuções judiciais.
Os condenados recorreram à mudança de sentença através do envio de uma carta que foi rejeitada pelo tribunal.
o tribunal rejeitou os recursos e não há outra etapa posterior", disse Zaw Min Tun à AFP.
"avançar para a execução de dois líderes políticos proeminentes será como jogar gasolina no fogo da resistência antimilitar no país", disse Phil Robertson, vice-diretor da ONG Human Rights Watch, sobre a decisão da junta.