Descoberta na província de Shanxi, na China, uma tumba do século 8 chamou atenção de pesquisadores ao revelar uma figura inusitada
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 30/08/2024, às 22h00 - Atualizado em 31/08/2024, às 14h31
Arqueólogos chineses finalizaram a escavação de uma tumba do século 8, pertencente ao período da dinastia Tang, na província de Shanxi. O local de sepultamento, descoberto em 2018, revelou uma variedade murais detalhados que retratam cenas do cotidiano da época.
Entretanto, uma figura em particular chamou a atenção da equipe: um homem de aparência ocidental, com cabelos loiros, destacando-se entre os demais de etnia Han.
A tumba, erguida para um homem de 63 anos e sua esposa, ambos falecidos em 736, fora decorada com pinturas coloridas que retratam atividades cotidianas, como moagem de grãos, coleta de água e cozimento de alimentos. Além disso, os murais incluem representações de animais, criaturas mitológicas e guardas armados.
O elemento mais intrigante, no entanto, é a presença de um homem que segura um chicote e está vestido de forma distinta, ao lado de cavalos em uma das cenas. Além da roupa, o fato de não ter o cabelo pintado de preto, como os outros personagens, indica que era loiro.
Em conversa com o Live Science, Victor Xiong, pesquisador da Western Michigan University (EUA), a figura pode representar um indivíduo de etnia diferente, possivelmente da civilização Sogdiana, uma cultura iraniana que floresceu na Ásia Central e teve papel crucial no comércio ao longo da Rota da Seda.
A presença da figura em uma tumba da China Imperial não é exatamente surpreendente, dado o importante comércio entre a China e povos do Ocidente através da Rota da Seda.
Na realidade, o que intriga os pesquisadores é o motivo pelo qual este homem foi retratado de maneira tão proeminente na tumba. Ele pode ter sido alguém de importância na vida do casal, mas a verdadeira razão permanece incerta.
