Brittany Jacobs só descobriu a malformação de maneira inusitada
Segundo artigo publicado no site do Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia (IPGO), cerca de 10 a cada 20 mil mulheres são acometidas com uma incomum anatomia chamada útero didelfo.
“Trata-se de uma malformação uterina, marcada pela ausência de fusão dos ductos de Müller, resultando na presença de dois hemiúteros, colo duplo, bem como uma vagina dupla, em grande parte dos casos”, explica o site da instituição.
Apesar de sua incidência não ser tão rara assim, mulheres com útero didelfo não manifestam sintomas, como explica o portal Tua Saúde. Com isso, essa malformação uterina pode passar anos sem ser identificada, sendo um problema detectado apenas com uma visita ao ginecologista ou após uma gravidez.
Por mais que o tema não seja debatido com muita frequência, nos últimos dias ele ganhou as redes sociais por conta de dois casos. Entenda!
Na última semana, a história do parto de Brittany Jacobs viralizou no TikTok, tendo mais de 3 milhões de visualizações e 610 mil curtidas. Mas você deve estar se perguntando o que motivou tamanho engajamento.
Bom, aconteceu que Jacobs, quando foi dar à luz a seu filho, recebeu um inusitado diagnóstico: ela tinha duas vaginas. "Eu estava parindo e a enfermeira olhou para baixo e disse: 'Querida, você tem duas vaginas, dois cérvix e dois úteros'".
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A notícia pegou de surpresa Brittany, embora, desde garotinha, ela já havia percebido que parecia ter duas aberturas na sua região vaginal, conforme conta em entrevista ao BuzzFeed.
"Eu sempre acreditei que era meu hímen, e, à medida que fui envelhecendo, pensei que ele poderia ser muito firme um dia se romperia naturalmente".
Segundo relata, no entanto, isso não era a única coisa que sentia de diferente em seu corpo, já que suas cólicas eram extremamente fortes e suas relações sexuais eram bem doloridas.
Além disso, Brittany diz que menstruava duas vezes por mês e que tinha que trocar de absorvente em um intervalo a cada 5 ou 10 minutos, devido do fluxo de sangue que não parava.
Apesar de relatar esses ‘problemas’, nunca nenhum de seus médicos constatou que havia algo de anormal com ela. Assim, diz que acabou deixando essa cisma de lado. E as coisas permaneceram assim até o dia que ela entrou em trabalho de parto.
Vale ressaltar que, embora a incidência do caso não seja tão extremo assim, mulheres com útero didelfo podem sofrer com alguns problemas durante a gravidez. Como aponta o artigo do IPGO, a anomalia está associada a 33% dos casos de abortamentos.
Além disso, mulheres com essa malformação estão sujeitas a darem à luz a bebês prematuros em 29% dos casos. Já a infertilidade atinge 13% com 56.6% em nascidos vivos totais.
No caso de Brittany, as coisas não foram tão extremas assim. "As duas vaginas eram completamente normais e funcionais, mas eu não conseguiria parir, então meu septo foi cortado. Isso significa que agora eu só tenho um buraco".
Após o corte em seu septo vaginal, Jacobsengravidou pela segunda vez. Mas, nessa nova experiências, as coisas foram bem mais fáceis que na primeira, garante a mamãe.
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Sobre o sucesso de seu vídeo, ela diz ficar contente por um motivo importante. "Eu quero muito que as pessoas entendam a importância de se ensinar mais sobre a anatomia feminina e de se ajudar as mulheres a entenderem melhor seus corpos",
"Existem muitas mulheres que não sabem dar nome às coisas ou como algumas funções reprodutivas funcionam de fato. Também espero que as mulheres ouçam mais à própria intuição quando sentirem que algo está errado. Médicos talvez não acreditem em você nas primeiras vezes, então certifique-se de falar sempre”, completa.
O segundo caso mencionado foi relatado pelo UOL na última quarta-feira, 28. Nesta data, a influencer australiana Evelyn, que ficou famosa por seu conteúdo postado na plataforma adulta OnlyFans, falou sobre sua vida meses após dar à luz a seu primeiro filho, em maio de 2021.
Evelyn também ficou conhecida por ter duas vaginas e dois úteros — o que também não a impediu de ter um filho saudável —, mas que de certa forma contrariou a previsão dos médicos, que não conseguiram rastrear com precisão sua ovulação.
Além do mais, por ter mais de um trato reprodutivo, seu abdome não tinha tanto espaço assim para seu filho se desenvolver da maneira correta. Isso sem contar que seu parceiro também possui uma baixa contagem de esperma, segundo conta o UOL.
A australiana diz que só descobriu a condição quando tinha 20 anos e precisou fazer um aborto. “Foi bom saber o que havia de errado comigo”, diz. Quando iniciou sua vida sexual, recorda que “parecia muito, muito diferente a cada relação” que tinha.
Apesar da malformação, seu filho nasceu com 2,3 quilos após uma cesariana. Evelyn relembra que os médicos aproveitaram a ocasião para fotografar seus úteros. “Todo mundo ficou fascinado por isso”, relata com bom humor.