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Curiosidades / Shirley para Presidente

Shirley para Presidente: Veja 5 curiosidades sobre a mulher que inspirou filme da Netflix

Em 'Shirley para Presidente', da Netflix, o público conhece a trajetória de Shirley Chisholm, primeira mulher negra a concorrer à presidência dos EUA

Éric Moreira Publicado em 27/03/2024, às 20h00 - Atualizado em 29/03/2024, às 15h45

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Shirley Chisholm na vida real e em 'Shirley para Presidente', interpretada por Regina King - Domínio Público via Wikimedia Commons / Divulgação/Netflix
Shirley Chisholm na vida real e em 'Shirley para Presidente', interpretada por Regina King - Domínio Público via Wikimedia Commons / Divulgação/Netflix

Neste mês de março, a nova aposta da Netflix de filme inspirado em uma figura real foi 'Shirley para Presidente'. Dirigido por John Ridley, o filme conta a história de Shirley Chisholm, a primeira mulher negra americana a concorrer à presidência.

Ela, conforme o Mental Floss, não foi só a primeira mulher negra a servir no Congresso — o que já seria uma conquista histórica —, mas ainda conseguiu ser a primeira mulher negra a concorrer à presidência dos Estados Unidos.

"Agora sou uma revolucionária de coração e tenho que concorrer, mesmo que isso possa ser a ruína de minha carreira", declarou Shirley no famoso discurso em que anunciou sua intenção de buscar a indicação, feito no dia 25 de janeiro de 1972.

Shirley Chisholm no dia de seu emblemático discurso / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

No novo filme da Netflix, quem interpreta Shirley Chisholm é Regina King. Além dela, também estão no elenco Lance Reddick — que faleceu no ano passado —, Terrence Howard e Christina Jackson.

"Em 1972, Shirley Chisholm se apresenta como candidata à presidência dos EUA pelo Partido Democrata, após se tornar a primeira congressista negra do país", descreve a sinopse.

Uma vez apresentada essa importante figura da história recente dos Estados Unidos. Com o filme da Netflix, confira 5 curiosidades sobre a vida de Shirley Chisholm:

1. Raízes

Shirley Anita St. Hill nasceu no dia 30 de novembro de 1924, no Brooklyn, em Nova York. Ela era filha de Ruby Seale, uma trabalhadora doméstica que migrou de Barbados para os Estados Unidos, e de Charles Christopher St. Hill, um operário de fábrica originário da Guiana.

Shirley Chisholm lecionando em 1965 / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Outro detalhe curioso relacionado à infância de Shirley é que, em 1928, ela e suas duas irmãs foram enviadas para viver com a avó em Barbados, enquanto seus pais seguiram na difícil vida de trabalhadores em Nova York, durante a Grande Depressão.

Por isso, chegou a estudar em uma escola na ilha das Índias Ocidentais, recebendo educação britânica — e por isso, inclusive, é conhecida por ter um leve sotaque britânico.


2. Carreira política

Chisholm foi membro da Liga das Eleitoras e da Liga Política Bedford-Stuyvesant, o que marcaria o início de carreira política. Então, após chegar à Assembleia do Estado de Nova York em 1964, tornou-se a segunda mulher negra dos Estados Unidos a servir na legislatura estadual entre 1965 e 1968. 

Ela se concentrou em benefícios voltados ao desemprego para trabalhadores domésticos, além de iniciativas voltadas a educação.

Porém, chamou grande atenção no Congresso depois que seus esforços levaram ao surgimento de um novo distrito eleitoral no Brooklyn. Então, nas eleições primárias ela derrotou três candidatos, e assim tornou-se a primeira mulher negra americana eleita para o Congresso, onde cumpriu sete mandatos.

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Cena de 'Shirley para Presidente' / Crédito: Divulgação/Netflix

3. Posicionamento

As declarações marcaram a carreira política de Shirley Chisholm. Ela, por exemplo, se opôs à Guerra do Vietnã logo em seus primeiros meses no Congresso, e disse que sempre votaria contra gastos militares.

Por isso, foi relegada ao Comitê Agrícola da Câmara, mas conseguiu uma nova atribuição ao alegar que pensava não poder servir seus constituintes do Brooklyn naquela posição. Em 1971, foi transferida para Comitê de Educação e Trabalho.

Cena de 'Shirley para Presidente' / Crédito: Divulgação/Netflix

Movida por mudanças, ela contratou apenas mulheres, metade das quais eram afro-americanas. Outro fator importante é que ela foi membro fundadora do Congressional Black Caucus, que representa os membros afro-americanos no Congresso dos Estados Unidos, e do National Women's Political Caucus, para promover a participação das mulheres no governo.


4. Campanha presidencial

Era janeiro de 1972 quando Shirley Chisholm anunciou formalmente sua intenção de buscar indicação presidencial pelos democratas, o que fez dela oficialmente a primeira mulher negra americana a concorrer a um cargo tão importante.

Não sou a candidata da América Negra, embora seja negra e orgulhosa. Não sou a candidata do movimento de mulheres deste país, embora seja uma mulher e estou igualmente orgulhosa disso... Sou a candidata do povo da América, e minha presença diante de vocês agora simboliza uma nova era na história política americana", disse em seu discurso.
Shirley Chisholm em 1972 / Crédito: Foto por Tony Barnard, Los Angeles Times pelo Wikimedia Commons

Durante esse tempo, ela enfrentou uma série de desafios, incluindo ameaças e tentativas de assassinato. No fim, a vitória foi dos republicanos, e quem seguiu na presidência foi Richard Nixon, posteriormente substituído por Gerald Ford


5. Aposentadoria 

Embora não tenha vencido para presidente, Shirley Chisholm seguiu no Congresso até se aposentar em 1982. O que não a impediu de seguir fazendo a diferença. Além de pretender passar mais tempo com o segundo marido, Arthur Hardwick Jr., ela voltou a dar aulas no Mount Holyoke College, em Massachusetts, e também palestrava em universidades de todo o país.

Shirley Chisholm: realidade e ficção / Crédito: Foto por Nancy Wong pelo Wikimedia Commons / Divulgação/Netflix

A política faleceu no dia 1º de janeiro de 2005, aos 80 anos, na Flórida, entretanto, marcou para sempre a história política norte-americana. Em 2015, o presidente Barack Obama lhe concedeu postumamente a Medalha Presidencial da Liberdade.

Já em 2019, quando Kamala Harris anunciou sua própria candidatura, surgiu com um esquema de cores de campanha em homenagem ao logotipo da campanha de Chisholm.