Zahra Joya desafiou as regras do Talibã durante a infância para conseguir estudar
Em comemoração ao Dia das Mulheres, a edição de hoje da revista norte-americana Times trouxe, entre suas homenageadas, a jornalista Zahra Joya, uma afegã que está atualmente refugiada na Inglaterra.
Fundadora da empresa de jornalismo Rukhshana Media, ela tem feito tudo em seu poder para, com a ajuda de outras jornalistas ainda vivendo em solo afegão, denunciar as dificuldades enfrentadas pelas mulheres sob o regime do Talibã, que tomou o governo do país em agosto de 2021.
E, por mais impressionantes e corajosos que sejam os atos da jornalista hoje em dia, um detalhe interessante a respeito da vida de Zahra é que essa não é a primeira vez em que ela desafia as regras repressivas impostas pelo grupo jihadista.
Ela possuía apenas 5 anos em 1996, na última vez que os talibãs subiram ao poder. Eles proibiram as mulheres de estudar durante seu último governo, porém, a pequena afegã continuou seus estudos mesmo assim.
A diferença é que passou a vestir-se de menino e responder pelo nome de "Mohammed" enquanto estava na escola, de forma que o fato de ser uma garota passasse despercebido.
A ideia foi dada por seu tio, conforme relatado por ela à Times, e, felizmente para Joya, funcionou com louvor, permitindo que completasse sua educação formal e eventualmente acabasse no ramo jornalístico.
Não fazemos simplesmente jornalismo hoje em dia; estamos tentando escrever para nossa liberdade. Não podemos mais trabalhar como jornalistas. Não temos acesso à informação. Mas mesmo assim estamos trabalhando", explicou a afegã.
Conheça mais sobre a trajetória de Zahra através dessa matéria.