No início de junho, a Nasa enviou os pequenos moluscos em uma importantíssima missão espacial
O lançamento de um foguete ao espaço é sempre um grande e surpreendente evento, mas no dia 3 deste mês, a SpaceX deu início a uma missão mais do que curiosa.
A 22ª missão de reabastecimento para a Estação Espacial Internacional chamou atenção em razão de seus tripulantes um tanto incomuns.
A bordo do Falcon 9 estão: 128 lulas bebês e 5 mil tardígrados, microorganismos também chamados de ursos d'água.
De acordo com um comunicado da Nasa, publicado em seu site oficial, o intuito é realizar um experimento para estudar os efeitos dos voos espaciais na interação entre micróbios benéficos e seus hospedeiros animais.
"Os micróbios desempenham um papel significativo no desenvolvimento normal dos tecidos animais e na manutenção da saúde humana", afirma o texto da agência.
O Laboratório Marinho de Kewalo, que disponibilizou as lulas para a missão, cria esses animais para a realização de pesquisas em toda parte do mundo. No caso da missão da SpaceX, os moluscos deverão retornar à Terra no próximo mês.
As lulas pussuem um sistema imunológico muito parecido com os nossos e, por isso, são boas alternativas para estudos. Já a escolha dos tardígrados se deu pelo fato de serem animais muito resistentes, que conseguem sobreviver a situações extremas como congelamentos ou até mesmo uma fogueira.
A Nasa explicou que a análise da interação dos tardígrados com as lulas poderá "ajudar a identificar maneiras de proteger e aprimorar essas relações, para melhorar a saúde e o bem-estar humanos também na Terra".
De acordo com o The Guardian, em entrevista ao Honolulu Star-Advertiser, a pesquisadora Jamie Foster explicou que “à medida que os astronautas passam mais e mais tempo no espaço, seu sistema imunológico se torna desregulado. Não funciona tão bem.”
Ela acrescenta que o sistema passa a não reconhecer bactérias com tanta facilidade, de modo que os profissionais às vezes chegam a ficar doentes.
“Existem aspectos do sistema imunológico que simplesmente não funcionam adequadamente em voos espaciais de longa duração”, declarou a pesquisadora, que também atua como professora no estado da Flórida.
“Se os humanos querem passar um tempo na Lua ou em Marte, temos que resolver problemas de saúde para levá-los lá com segurança”, finalizou Foster.