Foram a ânsia por comunicação e a eterna curiosidade humana que nos levaram até a criação de grandes dispositivos musicais
Redação Publicado em 13/06/2021, às 10h00
Antes mesmo do surgimento da palavra “música” — do grego mousikós, referente às musas, poesia, artes —, pedras e ossos serviram de matéria-prima para os primeiros instrumentos. Resultado da necessidade de povos pré-históricos de se comunicarem, reverenciar deuses ou simplesmente se divertirem. A curiosidade humana nos levou adiante na construção de instrumentos mais complexos de fazer — e de tocar.
Confira as origens de 10 dos principais instrumentos musicais:
Peças construídas por diversos povos pré-históricos provavelmente eram usadas como tambores. O instrumento era feito de troncos de árvore ocos e revestido de peles de animais para intensificar o som. Aparecia em rituais religiosos, para cultuar deuses, e como forma de comunicação a distância. Ainda na Pré-História, deu origem ao pandeiro.
As primeiras, de ossos de animais, tinham de dois a quatro furos. O exemplar mais
antigo foi encontrado em Divje Babe, na Eslovênia, e deve ter cerca de 43 mil anos. Pinturas feitas em cavernas, no entanto, comprovam que o instrumento já existia há pelo menos 60 mil anos. segundo estudiosos, portanto, o uso da flauta estaria ligado à dança, às atividades guerreiras e aos ritos religiosos.
Considerado o instrumento de corda mais antigo, junto com a lira grega, foi achado em tumbas reais na cidade de Ur, na Mesopotâmia. Desenhos dele também aparecem em cavernas da região. A teoria mais aceita é de que surgiu a partir do arco da flecha.
Os arqueiros devem ter notado que as cordas, feitas de crina de cavalo, latão ou bronze, faziam barulho ao serem soltas e, assim, perceberam a musicalidade do instrumento. Na Antiguidade, a harpa ainda fez parte do dia a dia de hebreus, egípcios e gregos.
Precursor do violão, surgiu na Pérsia, em forma de gota e com braço curto. As cordas eram de tripas de animais secas e retorcidas. Por volta do século 12, foi levado pelos árabes para a Península Ibérica, onde virou objeto da nobreza.
Durante o Renascimento, era usado no teatro, em músicas de grandes compositores. Seu sucessor veio em 1100, na Espanha, com três pares de cordas. O nome violão vem em comparação com a viola portuguesa, menor, que surgiu ao mesmo tempo.
Trompas, instrumentos parecidos com o trompete, já eram usadas na Pré-História, feitas de bambu e ossos de animais, para conduzir rebanhos. Mas os primeiros trompetes, de bronze e prata, foram encontrados no túmulo do faraó Tutancâmon. Era utilizado em festas e rituais — acreditava-se que o som produzido afastaria os maus espíritos. As válvulas só surgiram no século 19.
Um dos instrumentos mais antigos da tradição musical do Ocidente foi inventado pelo
engenheiro grego Ctesíbio de Alexandria. Ele desenvolveu o órgão a partir da flauta grega, utilizando um sistema hidráulico de injeção de ar comprimido em tubos, através de foles. Durante muitos séculos, o órgão foi usado no circo e no teatro.
Criado a partir de instrumentos egípcios e chineses, o violino surgiu na Itália, onde a fabricação ficou, durante muitos anos, restrita às famílias Amati, Guarneri e Stradivarius. O crescimento da arte instrumental — estimulado pela invenção da prensa de Gutenberg, que tornou possível a divulgação de partituras — provocou o aparecimento de novos instrumentos, como o violoncelo e o contrabaixo.
Foi desenvolvido pelo italiano Bartolomeu Cristofori a partir do cravo, criado no século 14. A diferença entre os dois é que o piano percute as cordas com martelos, enquanto o cravo as tange, como no violão. Assim, um piano pode produzir sons suaves ou fortes, de acordo com a intensidade com que as teclas são pressionadas.
A ideia foi do belga Adolphe Sax. Construtor de instrumentos, começou a desenvolver novos projetos e decidiu testar um objeto adaptado, com uma boquilha semelhante à do clarinete. O saxofone foi exibido pela primeira vez em 1844, em Paris, e logo se tornou popular. Diversas modificações foram feitas com o tempo, mas as características gerais permanecem as mesmas dos originais de Sax.
O suíço Adolf Rickenbacker equipou um violão comum oco com captadores elétricos — responsáveis por transformar a vibração das cordas de aço em sinais enviados a um amplificador. As guitarras de madeira maciça, dispensando a câmara de reverberação desnecessária, vieram só em 1940. O americano Leo Fender foi o primeiro a produzir guitarras de corpo sólido em escala comercial, que se popularizariam com o Rock’n’Roll.
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