Com passado antifascista, a atriz por trás da personagem teve uma morte comovente
Durante a década de 1980, o Brasil conheceu, através do apelido de 'Bruxa do 71', a personagem Dona Clotilde, personificada pela atriz espanhola Angelines Fernández.
Por aqui, se tornou um rosto popular para o público tupiniquim com idade avançada, amplificada pela personagem ranzinza e maquiagem de envelhecimento.
Contudo, engana-se quem acredita que o destaque da atriz se deu apenas pela vila do Chaves; Angelina foi obrigada a deixar seu país natal durante a Guerra Civil Espanhola, sendo classificada como uma opositora do ditador Francisco Franco. Com isso, mudou-se para o México, sendo descoberta pelo ator Ángel Garasa e inserida no ramo do entretenimento na América.
Pelo México, se tornou um símbolo de beleza e atuação durante a juventude, fazendo parte do elenco de diversos sucessos consolidados no cinema latino-americano. A integração a Chespirito surgiu em 1971, quando Ramón Valdez, que deu vida a Seu Madruga, a levou para a trupe.
Tendo Ramon como melhor amigo durante as duas décadas que participou dos esquetes e episódios de Chaves, firmou uma parceria que duraria até o final da vida do amigo, que faleceu em 1988, vítima de um câncer que atingiu fígado e pulmão. A morte do colega a afetou drasticamente.
Assim como o intérprete de Madruga, Angelines fumava bastante; a revista Quem destaca depoimento da filha da atriz que, em seus anos finais, ela chegou a fumar dois maços de cigarros diariamente, no auge da depressão.
Angelines foi acometida por um câncer de pulmão em 1994, falecendo em 25 de março daquele ano.
Com prestígio nacional, seu velório, anunciado em jornais, foi acompanhado por uma multidão de fãs antes do enterro no Mausoleos Del Ángel, no México. Curiosamente, morreu com a mesma idade que popularizou sua personagem mais quimérica, aos 71 anos.