Na década de 1990, os irmãos Lyle e Erik Menendez chocaram os EUA ao assassinarem os próprios pais, na Califórnia; mas esse não foi o único escândalo do caso
Publicado em 24/09/2024, às 16h30 - Atualizado às 18h01
Na última semana, um assunto que vem dado o que falar entre os assinantes da plataforma de streaming Netflix é a série 'Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais'.
Na produção, que dá continuidade à antologia 'Monstros', o mundo relembra o assassinato de José e Kitty Menendez em agosto de 1989, pelas mãos dos próprios filhos, Lyle e Erik.
Desde o princípio, esse crime foi controverso e repleto de escândalos e reviravoltas. No início, a suspeita era que José e Kitty foram assassinados — na mansão da família, em Beverly Hills, na Califórnia — pela máfia, pois Lyle, que ligou às autoridades chorando e desesperado informando o cenário brutal de seus pais baleados, teria se deparado com a cena ao retornar para casa do cinema, com seu irmão.
Porém, não demorou para que as investigações jogassem as suspeitas nos próprios irmãos Menendez; o que logo se comprovou verdade. Mas não bastasse ser chocante o suficiente saber que dois jovens de 21 e 18 anos assassinaram os pais a sangue-frio com espingardas calibre 12 — o que a promotoria pensou ter sido motivado por interesse na fortuna da família —, o caso ainda teve outra reviravolta: tudo teria sido uma ação desesperada de legítima defesa.
Isso porque, durante os julgamentos, os irmãos prestaram depoimentos alegando que cometeram o crime, pois temiam por suas próprias saúde e integridade física, acusando principalmente o pai de abusá-los física, emocional e sexualmente durante a maior parte de suas vidas, sem que a mãe intervisse.
Porém, embora estes sejam os escândalos mais conhecidos em torno do caso da família Menendez, há outro envolvendo a advogada dos irmãos que foi deixado de lado, e que teve grande repercussão na época.
A advogada criminalista Leslie Abramson, que ganhou fama principalmente pelo julgamento dos irmãos Menendez, foi acusada pela Ordem dos Advogados da Califórnia de ter má conduta em sua representação de Erik Menendez. Isso porque, segundo a acusação, uma de suas próprias testemunhas a acusou de pressioná-lo a remover material incriminador de suas anotações.
Segundo uma notícia de 1999 do Los Angeles Times, essa acusação veio a tona depois que o psiquiatra William Vicary revelou, durante a fase de penalidade do julgamento, que Abramson o pressionou a apagar partes de suas anotações de sessões com Erik. Porém, a advogada negou que tenha feito isso.
A Ordem dos Advogados do Estado fez, na época, um raro anúncio público quando abriu a investigação contra Abramson. Mas, eventualmente, o advogado que a representava, Gerald L. Chaleff, recebeu uma carta com a notícia de que Abramson não seria punida, e que aquela investigação fora encerrada devido à falta de evidências de violações.
Estou feliz que esse assunto tenha acabado e que Leslie tenha sido inocentada, especialmente porque ela é uma advogada excepcional que faz um trabalho excepcional para seus clientes", disse Chaleff na época, conforme repercutiu o LA Times na época. "Ela não cometeu nenhuma má conduta".
No fim, o episódio até trouxe algumas problemáticas para o caso dos irmãos Menendez, mas acabou não tendo nenhum impacto, e Leslie Abramson pôde seguir acompanhando-o.
Até hoje, Lyle e Erik Menendez seguem detidos, e aguardam qualquer possibilidade de seu caso se reacender e, talvez, conquistarem a liberdade mais uma vez.
