Famoso nas mesas brasileiras acompanhado de arroz e batata palha, a criação esteve próxima dos poderosos czares do país
Izabel Duva Rapoport, atualizado por Wallacy Ferrari Publicado em 17/10/2021, às 09h00 - Atualizado em 08/04/2022, às 09h00
Servir estrogonofe já foi sinônimo de sofisticação — e não só aqui no Brasil dos anos 70, quando a iguaria era comida de festa, sempre acompanhada de arroz e batata frita.
Seu requinte vem de berço: nasceu na Rússia dos czares, no século 19, dentro de uma família nobre de São Petersburgo chamada Stroganov. O difícil mesmo é saber de qual dos membros da parentada surgiu a receita.
Alguns historiadores atribuem a criação ao cozinheiro do conde e diplomata Pavel Alexandrovich Stroganov, um comandante militar ativo na política do reinado de Alexandre I (1777-1825).
De origem francesa, seu cozinheiro, Charles Briere, combinava a forma tradicional de dourar e flambar carne na França com o smetana, o clássico creme azedo russo – um dos
ingredientes mais utilizados até hoje na culinária do país.
Outros pesquisadores, porém, creditam a criação da receita a um cozinheiro que trabalhava na corte do czar Pedro, o Grande (1682-1721), e era protegido por um general da família Stroganov que frequentava o lugar.
Na mesa do monarca, nada de arroz e batata frita. O estrogonofe era servido com purê de batata, salada de repolho, tomate e picles.
Após a Revolução Russa de 1917, com a fuga da nobreza, o prato chegou em outros países da Europa, como a França.
Lá, recebeu a adição de champignon e manteve toda a sua pompa até se popularizar na Segunda Guerra Mundial, quando os soldados russos levavam carne cortada em tiras em barris com sal grosso e aguardente.
Na hora do preparo, eles fritavam a carne com cebola e colocavam smetana. Nos Estados Unidos, o estrogonofe ganhou uma versão com creme de leite e ketchup.
E, assim, ganhou o mundo e, claro, o coração dos brasileiros.
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