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Curiosidades / Civilizações

Da arquitetura até a avançada agricultura: Tenochtitlán antes da destruição do Império Asteca

Depois dos espanhóis, a capital asteca virou ruínas em três anos em um trágico episódio

Redação Publicado em 20/09/2020, às 09h00

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Representação do antigo Jogo Asteca - Hafaell - Aventuras na História
Representação do antigo Jogo Asteca - Hafaell - Aventuras na História

A maior cidade do mundo do século 16 não era Veneza nem Paris, mas Tenochtitlán, no atual México. A capital do império asteca, fundada em 1325, era habitada por 300 mil habitantes em 1519, quando os espanhóis chegaram. Grande parte do que se sabe sobre ela – desde a majestosa arquitetura até o avançado sistema de agricultura – veio das cartas dos conquistadores espanhóis, liderados por Hernán Cortez.

Encontro de Hernán Cortes e Montezuma II, Mexico, 1519 /Getty Images

Bernál Diaz de Castillo, um dos soldados de Cortez, conta que as localidades próximas se ligavam a ela por estradas retilíneas, e tudo era abastecido por um sistema de água potável que vinha de aquedutos nas montanhas.

Tudo isso, além dos templos aos 18 deuses astecas, havia sido reconstruído por volta de 1500, quando Tenochtitlán foi devastada por uma inundação. Ou seja: quando chegaram os espanhóis, encontraram uma cidade novinha em folha.

Pensando nisso, o site Aventuras na História separou 9 curiosidades sobre a vida na antiga cidade Asteca.

1. Mãe terra

Os astecas tinham hortas em casa – os nobres cultivavam flores e cacau – e, em larga escala, plantavam em terras coletivas, nos vales ou em canteiros nas montanhas, onde matéria orgânica do fundo do Lago Tezcoco era usada como adubo.

2. Esporte sagrado

Tudo o que os astecas faziam tinha um fundo religioso, incluindo os esportes. O jogo mais popular era o tlachtli, no qual os atletas precisavam fazer uma bola de borracha passar por um aro num dos lados do campo. Quem perde poderia ser levado para o sacrifício, literalmente

3. Ensino

Os sacerdotes lecionavam nos calmecac, as escolas astecas de história, religião, artes
de guerra, matemática, medicina, astrologia e direito. Eram ainda os escribas e astrônomos. Mas sua prinscipal atividade é, claro, religiosa: eles fiscalizavam se as cerimônias eram feitas como os deuses mandam, interpretam os sinais da natureza e comandam os rituais de sacrifício

4. Pais e filhos

Os homens passavam o dia fora e as mulheres cuidavam das casas, costuravam e educavam os filhos. Varrer era uma obrigação religiosa, pois ajudava os deuses a purificar o mundo. As meninas aprendiam isso aos 13 anos. Já os meninos ajudavam o pai a pescar. 

5. Classes sociais

Chamados de tlacotin, o trabalho escravo era um forma de pagar impostos. Ser escravo era também a punição para criminosos. Acima dos escravos estavam os camponeses, ou macehualltin, as famílias pobres que produziam comida para os nobres (os pipiltin) e elaboravam templos e estradas. Os comerciantes (pochteca) formavam uma camada à parte: tinham seu próprio deus.

6. Dinheiro e chocolate

Todos os dias, cerca de 60 mil pessoas frequentavam o mercado de Tlatelolco. Nele, legumes, carnes, ouro estavam à venda. O dinheiro usado era o grão de cacau, tão valioso que circulavam “moedas” falsas, feitas de farinha. Apenas os nobres bebiam uma infusão de grão de cacau com mel, chamada chocolate.

7. Objetos de desejo

Ouro e prata não eram usados como moeda, mas como objetos de devoção – estão em todas as imagens de deuses da cidade. Também compõem as joias usadas pelos nobres nos lábios, no nariz e nas orelhas. Esses enfeites têm pedras preciosas e penas – estas têm tanta importância nas roupas que a indústria de penas era uma das maiores da cidade.

8. Carga pesada

Não existem animais de carga, por isso, de grãos a pessoas, tudo é carregado nos ombros. Nobres e comerciantes ricos andam de liteira e os pacotes comuns são atados à cabeça. Para viagens, no entanto, são precisos passes especiais. Os únicos autorizados a cruzar as fronteiras são os comerciantes – que portam armas e, às vezes, acabam em guerra com outros países. 

9. Cidade eterna

Era Sexta-Feira Santa de 1519 quando o espanhol Hernán Cortez chegou com mais 600 homens na costa do México. Montezuma II os recebeu e os hospedou em seu palácio. Um ano depois, o rei foi morto por aqueles que acolheu. O conhecimento asteca não foi páreo para o aço, a pólvora e a ganância dos espanhóis que, em menos de três anos, transformaram Tenochtitlán em ruínas.


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