Curie foi um dos nomes mais importantes da história da ciência, e seu local de trabalho foi motivo de polêmica pelo perigo que representava
Conhecida por ter desenvolvido os primeiros métodos de manipulação de raios-x, a cientista Marie Curie dedicou sua vida aos trabalhos de pesquisa e estudo sobre os efeitos da radiação. O local para seus experimentos era localizado na França, mais precisamente em Paris.
Embora tenha nascido na Polônia, foi com os franceses que encontrou apoio na comunidade científica para fazer suas pesquisas. Durante os últimos 20 anos de sua vida, Curie conduziu suas investigações em um laboratório particular somente para ela e sua equipe. Antes, tinha um antigo espaço de trabalho localizado no centro de Paris.
Além do rádio, laboratório da cientista tinha permissão para manusear compostos extremamente fatais como polônio e actínio. A radioatividade a que foi exposta foi, inclusive, o episódio decisivo para sua morte.
Para se ter ideia, ela tinha o costume de andar pela cidade Luz com tubos de ensaio contendo material radioativo. Vítima de uma feroz leucemia, recebeu um Nobel de Química póstumo por conta de toda sua contribuição ao cenário médico e científico, conquistando um lugar merecido na história.
O que aconteceu com o laboratório?
O centro de pesquisas em Arcueil, ao sul de Paris, continuou ativo por mais de 40 anos após a morte de Marie. Embora não tenha sido palco de nenhum acidente radioativo grave, o local divide opiniões 85 anos após a morte da pesquisadora: fechado em 1978, continua repleto de material contaminado, conforme divulgado em 2019.
Diante da gravidade, o órgão de controle nuclear da França monitora o local com câmeras de vigilância. O acesso é proibido para pessoas que não usam roupas de proteção. Na verdade, o histórico laboratório é um caso emblemático da questão nuclear na França, que tem muito problema em se livrar de seus detritos.
Isso porque o país não tem uma solução para os resíduos nucleares presentes em 906 locais do país. No antigo centro de pesquisa de Curie, por exemplo, pesquisadores encontraram vestígios de urânio, com uma meia-vida de 4,5 bilhões de anos — o que quer dizer que esse é o tempo que demora para o elemento ser metade do que era no quesito radiação .
Grande parte do material foi removida em 1992, no entanto, as autoridades afirmam que o trabalho ainda não acabou. Uma pesquisa divulgada em 1997 revelou que pedestres e pessoas que residem próximo ao local não correm risco de contaminação.
Entretanto, isso não vale para quem entra em contato com o interior do prédio, tendo atingido não só bandidos que entraram no local em 2010 para roubar cobre, bem como a equipe de policiais que foi chamada para intervir.
Até agora, a limpeza do laboratório custou 10 milhões de euros. Visto que o trabalho deve aumentar nos próximos anos, o valor total deve ser maior. Já o espaço de trabalho antigo de Curie no centro de Paris foi demolido e descontaminado em 1981, graças ao seu tamanho e às doações da Liga Nacional da Luta Contra o Câncer da França. Hoje funciona como um museu em homenagem à cientista.
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