Antes de ocupar cardápios, a planta tinha uma finalidade bem curiosa
Há 12 mil anos, abóboras eram refeição exclusiva de grandes mamíferos, como os mamutes, mastodontes e preguiças gigantes – a megafauna do Paleolítico. Eram plantas amargas demais para o ser humano, mas esses bichos não tinham dificuldade em tolerá-las, pela forma diferente como percebiam os sabores.
Quando eles foram extintos, as plantas ficaram “órfãs”, sem ter ninguém para distribuir suas sementes, o que os grandes mamíferos faziam pelas fezes.
Os humanos então adotaram as plantas, provavelmente como cabaças e boias para redes de pesca, antes de elas desenvolverem o atual sabor aceitável, por seleção artificial.
Essa é a conclusão de um estudo da University Park, dos Estados Unidos, que testou plantas modernas versus suas ancestrais e versões selvagens atuais.
Após a extinção da megafauna americana, várias espécies de cucurbitáceas – a família da abóbora – acabaram extintas por falta da disseminação. As adotadas por humanos prosperaram.
A abóbora oca, talhada em forma de careta e iluminada por dentro, típica do Dia das Bruxas americano, remete à lenda irlandesa do ferreiro Jack O’Lantern (Jack da Lanterna), um beberrão que debochava do Diabo.
Reza a lenda que, após morrer de tanto beber, Jack não conseguiu entrar no Céu por não acreditar em Deus, nem no Inferno, já que humilhava o coisa-ruim.
Em vez disso, passou a vagar pelo mundo com uma brasa dentro de nabos para iluminar sua alma penada.
Quando os imigrantes irlandeses levaram o Halloween para os EUA, no século 19, substituíram o nabo pela abóbora, por ser mais abundante na região, maior e mais apropriada para o manuseio.