Com queimaduras intensas nas quatro patas, a felina, sem querer, tornou-se o símbolo de uma fauna que grita por socorro
Em meados de julho de 2020, o Brasil descobriu que a região de Poconé, no Pantanal, estava em chamas. Hoje, já são mais de três meses de fogo, em um incêndio insistente que ameaça ambas as vidas animal e vegetal que ocupam o bioma.
Atualmente, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal continuam queimando. No total, em 2020, foram registrados mais de 88 mil focos de incêndio nas três regiões.
Rapidamente consumidas pelas chamas, as matas tornam-se cinzas e os animais gritam silenciosamente, pedindo por ajuda. Foi nesse contexto trágico que o país conheceu Amanaci, uma onça-pintada que foi vítima dos incêndios no Pantanal.
Grito de socorro
Em algumas culturas indígenas brasileiras, Amanaci é uma deusa, conhecida como a Senhora das chuvas. Do tupi, o termo significa “mãe das chuvas”, mas, em alguns casos, também é usado como o nome popular de uma ave presente na Amazônia.
Sabendo disso, é ainda mais emocionante descobrir que, quando foi resgatada, a onça-pintada recebeu esse nome de seus cuidadores. Encontrada sozinha, ela vivia no Pantanal, região que abriga a maior população de onças-pintadas do planeta Terra.
Sem ter para onde ir, Amanaci caminhou sobre as brasas da floresta, que ardia em chamas. Foi assim que ela adquiriu queimaduras de terceiro grau nas quatro patas, ferimentos que logo foram notados pelos agentes do resgate.
Sem rumo
Segundo seus cuidadores, Amanaci foi encontrada há cerca de dois meses, em meados de agosto. Para fugir do fogo, ela acabou transformando um galinheiro em Poconé, no Mato Grosso, em um esconderijo improvisado.
Logo que foi recuperada, a onça fêmea foi levada até uma fazenda em Goiás. Lá, ela ficou sob os cuidados do Instituto Nex, uma ONG que trabalha para a proteção desses felinos, que estão em constante perigo de extinção.
Hoje em dia, em meio aos intensos incêndios, o instituto ainda cuida de outros 23 felinos, que também foram resgatados e precisam de recuperação. Assim como o de outros animais, portanto, o tratamento de Amanaci foi intenso e exigiu muito cuidado.
Liberdade e cuidado
Utilizando práticas avançadas de medicina, os médicos veterinários utilizaram células-tronco da própria onça para curar suas patas. Nesse sentido, o tratamento acelerou a cicatrização dos ferimentos, bem como a regeneração dos tecidos.
Conterrâneo de Amanaci, o pequeno Ousadotambém passou pelos cuidados do Instituito Nex. Segundo a organização, o tratamento da onça durou cerca de 37 dias e, ao fim do período, ele foi levado de volta para a natureza.
Amanaci, no entanto, não teve tanta sorte. As queimaduras em suas patas foram tão intensas que consumiram seus tendões, impedindo que ela exponha suas garras novamente. Sem essa habilidade, segundo os cuidadores da felina, é pouco improvável que ela retorne para o Pantanal, mesmo após a difícil recuperação.
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