Durante 11 dias, a Rainha dos Mistérios não deu sinais de vida. Nesse meio tempo, Londres entrou em um pânico generalizado
Parece curioso pensar em um cenário em que autores de grandes obras acabem fazendo parte de uma de suas narrativas, mesmo que sem querer. Mas foi exatamente isso que aconteceu com a icônica escritora de suspenses policiais Agatha Christie, em 1926.
Naquele ano, a mulher conhecida como Rainha dos Mistérios simplesmente desapareceu. Deixando para trás apenas pistas desconexas, ela protagonizou, mesmo que sem querer, um mistério tão intigrante quanto os apresentados em seus livros.
Cheio de reviravoltas, o caso tornou-se um dos assuntos preferidos da comunidade londrina da época, que se inflamava a cada nova pista. Foram dez dias de intesnsas investigações até que Agatha fosse encontrada — o motivo de seu sumiço, no entanto, nunca foi desvendado, mesmo 94 anos depois.
Confira 5 curiosidades sobre o fatídigo desaparecimento de Agatha Christie:
No dia 4 de dezembro de 1926, a polícia de Londres encontrou um veículo que bateu contra uma árvore nas proximidades da cidade de Guilford. Os danos no carro eram mínimos e, dentro dele, luvas e um casaco de pele foram deixados no banco de trás.
Após checarem os documentos do automóvel, descobriram que ele estava no nome de Archibald Christie. As autoridades mais do que rapidamente foram até a casa do proprietário e perceberam que o veículo, na verdade, era da esposa dele, Agatha Christie — a icônica escritora havia saído na noite anterior, por volta das 20h45.
Intensas investigações logo começaram. O mistério, afinal, tinha como protagonista a própria Rainha do Crime. Em princípio, a polícia descartou as opções de rapto ou sequestro, já que não encontrou nenhuma nota, bilhete ou pedido de resgate.
Não demorou muito, no entanto, para que as investigações descobrissem um fato inusitado. Archibald Christie estava tendo um relacionamento extraconjugal com NancyNeele — assim, ele tornou-se o principal suspeito do desaparecimento da autora.
O sumiço de Agatha Christie fez com que toda Londres entrasse em combustão. Os britânicos passaram a acompanhar o caso nos jornais como quem lê um livro da escritora: ansiosos para chegar ao fim e descobrir quem cometera o suposto crime.
Enquanto isso, a família da autora desaparecida se desesperava, ao mesmo tempo que o governo pressionava a polícia para que o caso fosse concluído. Até o consagrado escritor Arthur Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes, tentou ajudar nas investigações.
Agatha foi encontrada apenas dez dias depois. Segundo a pista de um músico, descobriu-se que ela estava hospedada em um hotel de luxo em Harrogate, registrada com o nome de Teresa Neele (o mesmo sobrenome da amante de Archibald).
Aos empregados, a escritora se apresentava como sendo da África do Sul. Claramente confusa, Agatha tratou seu marido como sendo seu irmão na primeira vez que o viu após o episódio misterioso. Ao ver uma foto de sua única filha usando cabelos curtos, a autora pensou que se tratava de um menino.
Inicialmente, a família da mulher afirmou que Agatha havia perdido a memória depois do acidente de automóvel e, por isso, ela buscou ajuda psiquiátrica. Sem nunca chegar a qualquer diagnóstico, nem mesmo a própria escritora revelou as razões de seu desaparecimento, o que acabou alimentando outras versões dos fatos.
Segundo boatos, ela teria planejado uma vingança contra o marido traidor. Outros sugeriam que o sumiço foi uma estratégia para aumentar as vendas de seus livros.
Existia também uma teoria mórbida, baseada no livro 'O Retrato', da própria autora, que dizia que Agatha havia tentado se matar naquele dia 3 de dezembro. Nenhuma das muitas versões que circularam por Londres, contudo, foi comprovada.