Exposição do Google Arts & Culture em parceria com a Fundação Anne Frank apresenta detalhes da residência de uma das figuras mais emblemáticas da 2ª Guerra
Anne Frank é uma das figuras mais emblemáticas da Segunda Guerra Mundial. Através de seu diário, a pequena judia, entusiasta da leitura e da escrita, confessava seus pensamentos, registrava sua rotina e compartilhava seus medos. Seus relatos, anos depois, se tornariam uma das obras mais lidas de todo o mundo.
"Espero poder confiar inteiramente em você, como jamais confiei em alguém até hoje, e espero que você venha a ser um grande apoio e um grande conforto para mim”, escreveu em uma das páginas de Kitty, nome que ela deu a seu livro de registros pessoais.
Em pouco mais de dois anos, Frankcontou detalhes de sua vida e também como era viver com medo de oficiais de Hitler, da morte e do destino iminente, e incerto, nos campos de concentração. Além de toda a tensão, Anne também guardava um espaço para piadas, os relatos de um amor não correspondido e o cotidiano de sua família.
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As escritas da garota datam até o dia 1º de agosto de 1944, três dias antes dela e de sua família ser descoberta e levada até o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, que era comandado pelos alemães nazistas.
Se estivesse viva, Anne completaria 91 anos em junho. Porém, apesar de não ter sobrevivido até tal data, sua memória e parte de sua vida foram resgatadas em um projeto do Google Arts & Culture em 2020.
Com a ajuda do Street View, a plataforma permite aos usuários visitarem, virtualmente, a casa da família Frank, que fica na rua Merwedeplein 37-2, em Amsterdã, na Holanda, e também terem acesso a registros em 360º graus de diversos cômodos da residência, o que inclui o quarto que a garota dividia com sua irmã, Margot.
Além disso, o imóvel permanece com o mesmo estilo de decoração da década de 1930. Os visitantes também podem acessar documentos históricos, como o único registro fotográfico da garota junto a sua família e o único vídeo em que ela foi filmada, por acaso, durante uma festa de casamento.
“Aqui a tolerância e a liberdade de expressão têm espaço para respirar”, diz Ronald Leopold, diretor geral da Fundação Anne Frank, instituição que firmou parceria com o Google para disponibilizar a exposição.
Desde 2005, a casa da família de Anne Frank foi alugada e pertence à Fundação Holandesa de Literatura, se tornando um local que abriga escritores do mundo inteiro que não têm a liberdade para trabalharem em seus países de origem.
Momentos finais
Algumas semanas depois de serem levadas para Auschwitz, em setembro de 1944, as irmãs Frank contraíram os ácaros da pele que causam sarna. Confinadas em um espaço dedicado a pessoas com a doença, elas ficaram sem os cuidados da mãe, Edith, pela primeira vez.
Enquanto o exército russo avançava para a Polônia, em outubro daquele ano, muitas das 39 mil prisioneiras do campo — entre elas Anne e Margot — foram transportadas para o oeste da Alemanha. Neste momento, houve a separação em definitivo das jovens com a mãe.
Embora não estivesse equipado com instalações para matar, Bergen-Belsen ficou severamente superlotado e atormentado pelas doenças. Com isso, dezenas de valas comuns foram preenchidas durante o último inverno da guerra, o que incluía, infelizmente, as das irmãs Frank, que foram assoladas pela tifo.
"Primeiro, Margot caiu da cama no chão de pedra", relembra a sobrevivente Janny Brandes-Brilleslijper, que esteve com as irmãs no campo de concentração. “Ela não conseguia mais se levantar. Anne morreu um dia depois. Três dias antes de sua morte por tifo, foi quando ela jogou fora todas as suas roupas durante alucinações terríveis. Isso aconteceu pouco antes da libertação”.
Outros familiares
Edith, Anne e Margotforam separadas de Otto Frank, pais das meninas, na plataforma do campo de concentração, onde nunca mais os viram. Edith procurou maneiras de manter suas filhas vivas, e foram descritas como "um trio inseparável" pelos sobreviventes do campo.
No entanto, após ser isolada das filhas, em 30 de outubro, Edith teria sido selecionada para enfrentar a câmaras de gás, mas acabou escapando com um amigo para outra seção do campo.
Lá, ela permaneceu durante o inverno e acabou morrendo de fome em 6 de janeiro de 1945, três semanas antes de o Exército Vermelho libertar o campo e dez dias antes de seu 45º aniversário.
Otto Frank, no entanto, foi o único sobrevivente da família. Após a libertação de Auschwitz, voltou a viver na Holanda. Em 1963, ele fundou o "Anne Frank Fonds" em Basel, na Suíça, que se dedica à distribuição e utilização global do Diário de Anne Frank.
Além dessa instituição, Otto também ajudou a estabelecer a "Fundação Anne Frank", fundada em 3 de maio de 1957, que tinha como objetivo principal salvar e restaurar o prédio em que ele e sua família se esconderam durante o holocausto, para que pudesse ser aberto ao público. Com o auxílio de doações públicas, o prédio foi inaugurado como um museu, a Casa de Anne Frank, em 3 de maio de 1960.
Otto Frank casou-se com sua ex-vizinha de Amsterdã, e também sobrevivente de Auschwitz, Elfriede Geiringer, em 10 de novembro de 1953. Ele faleceu de câncer de pulmão em 19 de agosto de 1980, aos 91 anos.
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