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Matérias / Segunda Guerra

Qual foi o destino da família de Anne Frank após ser descoberta no 'anexo secreto'?

Apenas um familiar sobreviveu para revelar ao mundo a luta da garota no campos da morte de Hitler

Giovanna de Matteo Publicado em 25/08/2020, às 17h08 - Atualizado em 14/05/2021, às 12h00

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Fotografia de Anne Frank - Domínio Público
Fotografia de Anne Frank - Domínio Público

Anne Frank foi uma adolescente judia conhecida mundialmente por ter retratado as dificuldades que viveu durante o período do Holocausto, quando os judeus estavam sendo perseguidos pelo governo de Adolf Hitler, em seu diário, publicado por seu pai anos depois.

Apesar de ter nascido na Alemanha, Anne e sua família tiveram que se mudar para a Holanda com o objetivo de se proteger dos ataques nazistas contra os judeus, onde viveram livres até o país ser ocupado pelo Reich. Após sua irmã ter sido convocada para um campo de concentração, a família Frank (formada por Anne, sua irmã Margot, seu pai Otto e sua mãe Edith) teve que se esconder em um lugar que ficou conhecido como "anexo secreto", em Amsterdã.

Era um esconderijo pequeno e sufocante no qual passaram dois anos de sua vida sobrevivendo anonimamente, e em isolamento total, com a ajuda de amigos de Otto Frank, pai da garota.

Família Frank / Crédito: Divulgação 

As dificuldades que ela e sua família passaram nesse esconderijo foram narradas através do "Diário de Anne Frank", porém, as histórias da garota só puderam ser ouvidas e concluídas anos depois do fim da guerra.

No dia 4 de agosto de 1944, o anexo em que viviam foi descoberto e invadido pela polícia alemã, que prendeu todos os que estavam no local. Inicialmente, foram levados para o campo de concentração Westerbork, na Holanda, mas depois em 3 de setembro de 1944, foram transferidos para Auschwitz, um dos mais terríveis campos de concentração nazista, localizado na Polônia.

O horror 

Edith Frank e suas filhas foram separadas de Otto na plataforma do campo de concentração, onde nunca mais os viram. Edith procurou maneiras de manter suas filhas vivas, e foram descritas como "um trio inseparável" pelos sobreviventes do campo.

No entanto, a luta da mãe para acompanhar suas filhas não foi o suficiente para combater os generais nazistas. Em 30 de outubro uma seleção separou Edith de Anne e Margot. Após o episódio, ela teria sido selecionada para enfrentar a câmaras de gás, mas acabou escapando com um amigo para outra seção do acampamento.

Lá, ela permaneceu durante o inverno e acabou morrendo de fome em 6 de janeiro de 1945, três semanas antes de o Exército Vermelho libertar o campo e dez dias antes de seu 45º aniversário. Suas filhas foram transportadas para outro campo, o Bergen-Belsen. Anne e Margot Frankmorreram em março de 1945, devido ao tifo, e foram sepultadas como anônimas em valas comuns.

O sobrevivente

Otto Frank, no entanto, foi o único sobrevivente da família. Após a libertação de Auschwitz, ele escreveu para sua mãe na Suíça e voltou para a Holanda. Depois que a morte de Anne foi confirmada no verão de 1945, seu diário foi devolvido ao pai por Miep Gies, que o resgatou do esconderijo. Ele foi o responsável por publicar o diário de sua filha e por resgatar a memória de sua família em vários projetos. 

Em 1963, Otto fundou o "Anne Frank Fonds" em Basel, que se dedica à distribuição e utilização global do Diário de Anne Frank. Além disso, ele ajudou a estabelecer a "Fundação Anne Frank", fundada em 3 de maio de 1957, que tem o objetivo principal de salvar e restaurar o prédio em que ele e sua família se esconderam durante o Holocausto, para que pudesse ser aberto ao público. Com o auxílio de doações públicas, o prédio foi inaugurado como um museu (a Casa de Anne Frank) em 3 de maio de 1960.

A casa de Anne Frank (museu) / Crédito: Wikimedia Commons

Otto casou-se com sua ex-vizinha de Amsterdã, e também sobrevivente de Auschwitz, Elfriede Geiringer (1905–1998) em 10 de novembro de 1953, e faleceu de câncer de pulmão em 19 de agosto de 1980.


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