Lutando contra o preconceito, a norte-americana usou parte de sua fortuna para ajudar nas causas abolicionistas, contudo, teve um triste fim
Mary Ellen Pleasant foi uma figura de grande importância no século 19, nos Estados Unidos. A mulher de origem humilde é conhecida por fazer fortuna sem a ajuda de ninguém, somente usando seus conhecimentos para investir.
Acumulando milhões de dólares, a mulher se tornou uma das primeiras negras milionárias de seu país. Contudo, mesmo com suas conquistas, a investidora enfrentou preconceitos e teve seu nome difamado pela sociedade da época.
Antes do dinheiro
Acredita-se que Mary Ellen tenha nascido em 19 de agosto de 1814, na Filadélfia. As informações sobre ela ter nascido escrava ou não, são inconsistentes. Contudo, sabe-se que a norte-americana começou a trabalhar muito jovem como empregada doméstica para uma família de grande poder aquisitivo.
Foi nessa época que a garota aprendeu a ler e escrever, mas, sem ter a oportunidade de receber uma educação formal.
Já em São Francisco, no ano de 1852 — período em que a corrida do ouro começou a se tornar popular na Califórnia — Pleasant passou a trabalhar como cozinheira. Na época, a mulher ganhava cerca de US $ 500 dólares por mês, um salário significativo.
Acredita-se que durante esse tempo, Ellen tenha observado discretamente os clientes do local para absorver conhecimento sobre investimento, a fim de aplicar seu dinheiro da maneira correta.
Foi assim que a norte-americana passou a investir seu salário em empresas e até mesmo em minas de ouro e prata. Segundo o New York Times, para evitar comentários e questionamentos preconceituosos sobre o seu dinheiro, Mary precisou de uma ajuda, que foi possível ao lado de Thomas Bell.
Quebrando barreiras
Foi na década de 1860, Pleasant conheceu seu parceiro de negócios: Thomas, um homem branco. Segundo o jornal, ela usava o nome do amigo para poder invenstir. Era uma grande parceria. Juntos, eles passaram a investir em comércios locais como lavanderias e pensões, além de investirem em inúmeras propriedades.
Nesse período, a cozinheira acumulou uma verdadeira fortuna que, segundo a CNBC, avaliada em US$ 30 milhões de dólares.
Contudo, a parceria entre a empresária e Bell foi vista como 'ilícita'. Como consequência, a mulher era constantemente julgada pela imprensa, recebendo apelidos maldosos. Além disso, a mansão em que ela morava com Thomas e sua família era chamada de ‘bordel’.
Ao longo da vida, a investidora se casou duas vezes, mas, não teve filhos — o que também foi motivo de julgamentos.
O preconceito enfrentado por Mary não a deteve e servia como motivação para ajudar a população negra de seu país. Ao longo dos anos, a mulher auxiliou muitos ex-escravos a encontrarem empregos como homens livres.
Além disso, sabe-se que a norte-americana lutou ativamente contra a prática da escravidão, apoiando causas abolicionistas. Ela também entrou na justiça para tornar a segregação ilegal nos meios de comunicação da Califórnia.
Antes mesmo de se tornar milionária, a investidora já era uma apoiadora da causa, quando trabalhou na Underground Railroad na Califórnia, em um esquema que funcionava com rotas secretas para ajudar escravos a fugirem para casas seguras.
Triste fim
Apesar de ter feito fortuna durante a vida adulta, a riqueza da empresária não durou até seus dias finais. Com a morte de seu parceiro de negócios em 1892, a viúva de Bell processou Ellen pelo controle da fortuna compartilhada.
Pleasant perdeu a batalha na justiça, já que além de ter seu dinheiro diretamente ligado a Thomas, ela também tinha uma má reputação na cidade. Com boatos sem fundamentos que ela seria dona de casas de prostituição e de que era até mesmo amante do parceiro de negócios, o juiz do caso viu como um motivo para que a investidora perdesse a causa.
A magnata então foi expulsa de sua mansão em São Francisco e acabou pobre. Em sua velhice, a norte-americana contou com a ajuda de amigos para se manter. Mary faleceu na pobreza, aos 90 anos de idade, em 4 de janeiro de 1904.
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