Em meados da década de 1970, David Berkowitz, conhecido como "Filho de Sam", deixou Nova York aterrorizada com tiroteios noturnos
Publicado em 02/11/2024, às 19h00
Em meados da década de 1970, os cidadãos de Nova York, nos Estados Unidos, voltaram sua atenção e temeram amplamente uma série de assassinatos em tiroteios noturnos. Ao todo, em cerca de um ano, seis pessoas foram mortas, e outras sete foram feridas, todas de maneira semelhante, levando a crer que se tratava de um mesmo autor em todos os ataques.
Segundo a CBS News, o atirador tinha como alvo mulheres jovens ou casais em carros. No começo, os jornais o chamaram de "Assassino Calibre .44", no entanto, eventualmente ele se autodenominou, em notas provocativas à polícia e a um jornalista, como "Filho de Sam". Nas notas, ele também alegou cometer seus crimes após receber mensagens demoníacas que o mandavam matar.
Para capturar o tal "Filho de Sam", o Departamento de Polícia de Nova York formou uma força-tarefa com mais de 200 pessoas. O caso só foi resolvido após uma testemunha relatar ter visto um homem suspeito numa rua próxima a um dos ataques. Então, a polícia verificou multas de trânsito emitidas na área, e elas a levaram até a casa de David Berkowitz.
A captura de Berkowitz foi feita em 10 de agosto de 1977 — pouco mais de um ano após o "Filho de Sam" fazer sua primeira vítima, Donna Lauria —, e, no ano seguinte, ele foi julgado. O assassino foi sentenciado à pena máxima de 25 anos de prisão até prisão perpétua, e até hoje segue preso, aos 71 anos.
Atualmente Berkowitz está detido na Shawangunk Correctional Facility, um presídio de segurança máxima localizado a cerca de 96 quilômetros de Nova York. Em 2017, durante entrevista à CBS News, ele disse que "começou a se envolver em muitas coisas satânicas" na época em que cometeu os assassinatos, mas que agora, um cristão renascido, se arrepende do que fez.
"Pedi desculpas muitas vezes e sempre meio que os deixei saber que sinto muito pelo que aconteceu e, eh, queria poder voltar e mudar as coisas", disse o assassino na ocasião. "E espero que essas pessoas estejam se saindo bem na vida da melhor forma possível. Nunca esqueço de onde vim e como era minha situação há cerca de quatro décadas. Pessoas que foram feridas, pessoas que ainda estão sofrendo, sofrendo a perda por causa de minhas ações criminosas. E eu nunca esqueço disso. Às vezes isso pesa muito para mim".
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No começo do ano, David Berkowitz chegou a fazer um pedido por liberdade condicional, configurando a décima segunda audiência nestas mais de quatro décadas. No entanto, seu pedido foi rejeitado, segundo informado pelo site do Departamento de Correções e Supervisão Comunitária do estado de Nova York.