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Notícias / Filho do Sam

David Berkowitz, o 'Filho de Sam', diz se inspirar em Anne Frank para escrever

Preso desde 1978 após ser condenado a quase 600 anos por seis assassinatos, Berkowitz afirma ter encontrado na judia uma inspiração para mudar vidas

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 16/05/2024, às 12h20 - Atualizado em 29/05/2024, às 12h26

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David Berkowitz, o 'Filho do Sam' - Getty Images
David Berkowitz, o 'Filho do Sam' - Getty Images

Conhecido como 'Filho do Sam', o assassino em série David Berkowitz comparou suas décadas atrás das grades aos escritos "inspiradores" de Anne Frank, em entrevista concedida ao NY Post. 

Meu livro favorito é a Bíblia Sagrada. Mas o livro mais inspirador para mim durante meus anos de encarceramento é 'Anne Frank: O Diário de uma Jovem'", disse Berkowitz

"A jovem Anne escreveu seu diário enquanto estava em cativeiro. Ela compartilhou seu coração em suas páginas", escreveu o assassino, hoje com 70 anos, do Centro Correcional Shawangunk de segurança máxima em Wallkill, no estado de Nova York. 

Anne Frank - Domínio Público

"Mal sabia ela a influência que a sua vida e os seus escritos teriam no futuro", acrescentou Berkowitz sobre a adolescente judia que se tornou um dos símbolos do extermínio nazista através de seus escritos que ganharam o mundo após sua morte durante o Holocausto. 

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"Ela impactou a vida de milhões… A pequena Anne mudou o mundo com uma caneta. Então me pergunto: o que posso fazer com minha confiável máquina de escrever? Talvez eu também possa mudar vidas com a minha mensagem de esperança em Deus?", refletiu. 

O filho de Sam 

O notório serial killer — que durante sua vida de crimes foi responsável por seis mortes, sete feridos e por deixar uma cidade em pânico — falou com o NY Post sobre sua onda de crimes que começou em 29 de julho de 1976.

Na ocasião, David Berkowitz, então com 23 anos, portava um revólver Bulldog calibre .44 enquanto caminhava em uma rua tranquila do Bronx; quando encontrou um carro onde Jody Valenti, de 19 anos, estava sentada com sua amiga Donna Lauria, 18. Ele abriu fogo, matando Donna e ferindo Jody

Cerca de três meses depois, ele atacou novamente. Agora ferindo Carl Denaro, 20, enquanto ele estava sentado com um acompanhante em seu Volkswagen Beetle em Flushing. Berkowitz, aparentemente, confundiu a vítima de cabelos compridos com uma mulher.

Durante o período de nove meses, ele promoveu diversos ataques, o que fez com que a imprensa o apelida-se de "O Assassino do Calibre .44". Mas tudo mudou em 17 de abril de 1977, quando ele deixou um bilhete após matar o casal Alexander Esau, 20, e Valentina Suriani, 18.

Eu sou um monstro. Eu sou o filho de Sam", escreveu. 

"Eu adoro caçar. Rondando pelas ruas em busca de carne saborosa de caça justa", disse ele sobre suas presas, que eram mulheres jovens com cabelos longos e escuros ou casais sentados em carros.

O pânico se espalhou pela Big Apple, fazendo com que mulheres cortassem os cabelos ou usassem perucas, recorda o Post. Enquanto isso, as discotecas ficavam vazias e os moradores locais se preparavam para um novo ataque.

Conheça um dos serial killers mais famosos dos Estados Unidos - Reprodução/Amazon

O caso só foi resolvido depois que David foi multado por estacionar perto de um hidrante na noite de seu último assassinato; o que levou a polícia até sua casa em Yonkers. Quando ele deixou seu prédio, naquele 10 de agosto de 1977, as autoridades o abordaram. 

Eu sou Sam. David Berkowitz", disse ele à polícia. "Por que demoraram tanto?".

Mais tarde, Berkowitz disse que seus crimes foram ordenados pelo labrador retriever preto de seu vizinhoSam Carr. Em junho de 1978, David foi condenado a 547 anos de prisão. Atrás das grades, ele diz ter encontrado Deus: "Jesus me permitiu sobreviver e prosperar".

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Por alguns anos, David trabalhou como escriturário de capelão e passou a pregar "perdão, redenção e esperança" enquanto atua como uma "figura paterna" para presidiários rebeldes. "Sim, tenho uma sentença de prisão perpétua a cumprir, mas escolho cumpri-la bem. Procuro sempre ajudar e incentivar os mais novos", disse ao Post.

Ao longo dos anos, tornei-me uma espécie de figura paterna ou um irmão mais velho para os homens mais jovens", explicou. 

Desde 2002, David está elegível para liberdade condicional, com um conselho decidindo sobre seu destino a cada dois anos. Mas o presidiário faltou a alguns desses encontros, sabendo que não tem chance de ser liberado. 

Mas, agora, Berkowitz explica que não fará mais isso. "Não comparecer a uma audiência pode ser visto como um desafio à autoridade. E eu não sou isso", disse. "Acima de tudo, compareço para pedir desculpas abertamente pelos meus crimes passados ​​e para expressar meu remorso".

E também participo para poder compartilhar minha fé em Deus e como Ele pode perdoar, curar e restaurar até o 'pior' dos ofensores", finalizou.