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Matérias / Crimes

Filho de Sam, o serial killer que afirmava matar por ordens do demônio

O notório assassino em série fazia parte de um culto satânico e foi retratado na série Mindhunter

Alana Sousa Publicado em 05/06/2020, às 13h00

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Filho de Sam, um dos maiores serial killers da História - Wikimedia Commons
Filho de Sam, um dos maiores serial killers da História - Wikimedia Commons

Nascido em 1953, Richard David Falco ainda é um dos mais instigantes serial killers dos Estados Unidos. Mesmo curta, sua carreira de assassinatos, de julho de 1976 a agosto de 1977, fez seis vítimas fatais, e feriu gravemente outras sete. Ele entrou para a história criminal como o Filho de Sam, ou o Assassino do Calibre .44.

Foi adotado ainda recém-nascido, recebeu o sobrenome Berkowitz de sua família adotiva, que também o registrou como David. Tinha uma boa relação familiar e uma inteligência acima da média, a única característica incomum relatada na infância eram suas tendências piromaníacas.

Entrou em contato com o ocultismo através da segunda esposa de seu pai — que também se interessava por bruxaria —, a qual ele próprio relatou mais tarde que não gostava.

Acredita-se que David tenha se juntado a um culto em 1975. Aos poucos suas atividades foram de supostos contatos com espíritos e tentativas de prever o futuro a uso de drogas, pornografia sádica e crimes violentos.

Filho de Sam em foto colorida / Crédito: Wikimedia Commons

O primeiro ataque ocorreu no mesmo ano, na véspera de natal. Berkowitz esfaqueou duas mulheres, uma religiosa, que nunca foi identificada, e uma adolescente chamada Michelle Forman, que precisou ser internada.

No ano de 1976 foram seis atentados, sendo três fatais e, em um dos casos, uma moça ficou paraplégica. As vítimas eram sempre mulheres jovens, com cabelos longos e escuros, normalmente paradas em carros estacionados, e com acompanhantes. Nenhuma delas era capaz de oferecer um relato detalhado do serial killer, a única coisa que a polícia sabia, com certeza, era a arma utilizada: um revólver Bulldog calibre .44.

Em meio à onda de pânico que invadia a cidade de Nova York, e com ampla cobertura da mídia, o assassino começou a enviar cartas para as delegacias. Algumas com tom ameaçador, e outras nem tanto, como no bilhete que desejava uma Feliz Páscoa. Em um trecho de uma das cartas, David dizia:

“Estou profundamente magoado por você me chamar de odiador de demônios. Eu não sou. Mas eu sou um monstro. Eu sou o Filho de Sam. Eu sou um pouco pirralho. Quando o pai Sam fica bêbado, ele fica mal. Ele bate na família dele. Às vezes, ele me amarra nos fundos da casa. Outras vezes ele me trava na garagem. Sam gosta de beber sangue. "Sair e matar" comanda o pai Sam. Atrás da nossa casa descansamos um pouco. Principalmente jovens — estuprados e massacrados — seu sangue drenado — apenas ossos agora. Papai Sam também me mantém trancada no sótão. Não consigo sair, mas olho pela janela do sótão e vejo o mundo passar. Eu me sinto como um estranho. Estou com um comprimento de onda diferente do que todo mundo — programado demais para matar. No entanto, para me parar, você deve me matar. Atenção toda a polícia: Atire em mim primeiro — atire para matar. Fique fora do meu caminho ou você vai morrer!”.

Uma das cartas de Berkowitz / Crédito: Divulgação

Em julho de 1977, o casal Stacy Moskowitz e Robert Violante estava em um carro estacionado no Brooklyn quando foram atacados a tiros. Moskowitz morreu na hora, enquanto Violante ficou cego de um olho. Apesar do autor dos disparos não ter sido Berkowitz, e sim outro membro do culto, uma moradora do bairro o viu por perto, retirando uma multa de seu carro durante a madrugada e contou à polícia.

A partir de então as autoridades começaram a notar a estranha presença de David. O detetive do Departamento de Polícia de Nova York, James Justis, contatou a delegacia da cidade de Yonkers, para checar se Berkowitz era uma possível testemunha, e descobriu que ele era um suspeito dos crimes — hipótese ainda não considerada por Justis.

No dia seguinte, agentes que investigavam o caso, revistaram o carro multado de Berkowitz. Nele foi encontrado uma arma, munição, mapas das cenas dos crimes e uma carta com mais ameaças de assassinatos.

A polícia esperou pelo serial killer para pegá-lo em flagrante. Ele saiu as 10 da manhã de sua residência, carregando o revólver Bulldog calibre .44 num saco de papel. Foi preso no dia 10 de agosto de 1977.

O Filho de Sam foi levado à delegacia, na manhã do dia 11 foi interrogado por cerca de 30 minutos. Declarou-se culpado rapidamente e então contou a história que é, até hoje, lembrada por todos. David Berkowitz alegou que o cachorro de seu vizinho foi a razão pela qual ele matou, afirmando que o animal exigia o sangue de garotas bonitas.

Mugshot de David / Crédito: Wikimedia Commons

Ele disse que o Sam mencionado na primeira carta — e em seu nome — era seu ex-vizinho, Sam Carr. O homem tinha um labrador preto, o qual estaria possuído por um demônio antigo que efetuava “comandos irresistíveis” de que pessoas deveriam ser mortas. Berkowitz também disse que uma vez tentou matar o animal, mas fracassou por supostas interferências sobrenaturais.

Seu julgamento foi realizado em junho de 1978, foi condenado a cumprir 365 anos de sentença por seis homicídios. Hoje, ainda cumpre a pena e intitula-se não mais como o Filho de Sam, mas como o Filho da Esperança.


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