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Notícias / Mundo

Navio romano com 2 mil anos é descoberto intacto na Sicília

Descoberta pode revelar novas pistas sobre as rotas comerciais da época, e o papel da ilha de Lipari na distribuição de alúmen

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 08/11/2024, às 15h00

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Cerca de 40 ânforas foram encontradas no fundo do mar - Reprodução/Facebook/Soprintendenza del Mare
Cerca de 40 ânforas foram encontradas no fundo do mar - Reprodução/Facebook/Soprintendenza del Mare

Uma descoberta arqueológica está movimentando o mundo da arqueologia marítima. No fundo do mar da província italiana de Siracusa, a cerca de 5 quilômetros da costa da Sicília, pesquisadores encontraram um navio romano quase intacto, datado de cerca de 2 mil anos. A embarcação, que repousa a 70 metros de profundidade, estava carregada com cerca de 40 ânforas perfeitamente alinhadas, como se o tempo tivesse parado no momento do naufrágio.

Avistado pela primeira vez por pescadores em janeiro de 2022, o local foi explorado por meio de técnicas de fotogrametria 3D, que revelaram um tesouro submerso. As ânforas, do tipo Richborough 527, eram amplamente utilizadas para o transporte de mercadorias na antiguidade e eram conhecidas por sua robustez.

Ilha de Lipari

Segundo a 'Revista Galileu', a presença desse tipo de recipiente na Sicília abre novas perspectivas para o estudo das antigas rotas comerciais do Mediterrâneo e o papel da ilha de Lipari na produção e comércio de alúmen, um mineral essencial para a indústria têxtil da época.

Escavações anteriores em Lipari, realizadas nos anos 1990, já haviam revelado a importância da ilha na produção de alúmen. A descoberta das ânforas em Siracusa reforça essa hipótese e sugere que as rotas marítimas conectavam as duas localidades, transportando o valioso mineral para diversos pontos do Mediterrâneo.

A Superintendência do Mar da Itália está conduzindo estudos aprofundados para datar as ânforas e determinar a rota exata percorrida pelo navio. As análises de sedimentos e fragmentos cerâmicos, combinadas com técnicas avançadas como a datação por carbono, permitirão aos pesquisadores reconstruir a história desse navio e desvendar os mistérios das antigas redes comerciais.