A pastora e ex-deputada federal chama atenção por depoimentos que ligam crime com casos incestuosos na família
Obtendo a atenção de todo a imprensa do país para o desenrolar de seu julgamento, a pastora, cantora e ex-deputada federal pelo Rio de Janeiro, Flordelis, coleciona polêmicas, antes e depois do caso criminal que a levou para júri popular na última segunda-feira, 7.
Flordelis foi condenada neste domingo, 13, a 50 anos e 28 dias por homicídio triplamente qualificado, além de tentativa de homicídio duplamente qualificado, documento falso e associação criminosa armada.
Nacionalmente conhecida durante a década de 1990, sua imagem contrasta de hoje em dia contrasta com a figura de solidariedade e acolhimento que teve quando surgiu midiaticamente. Naquela época, adotou 37 crianças, supostamente fugitivas de uma chacina na Central do Brasil, região no centro da capital fluminense.
Ao longo dos anos seguintes, montou sua própria igreja e figurou programas de televisão por acolher ainda mais jovens para seus cuidados, atualmente com 55 filhos e apenas quatro destes sendo biológicos, três sendo frutos de um primeiro casamento da religiosa e, o último, resultado do casamento com Anderson do Carmo, marido assassinado.
É devido ao assassinato dele, inclusive, que ela, junto de alguns filhos, foram alvos de uma extensa investigação criminal, descobrindo indícios do crime ter sido premeditado e orquestrado pela ex-deputada, que anteriormente justificava que o companheiro havia sido vítima de latrocínio.
O relacionamento de Flordelis com Anderson foi o pontapé para o surgimento de seu império religioso; juntos, fundaram a Comunidade Evangélica Ministério Florelis em 1999, com ele sendo pastor e controlando as finanças da igreja para repasse e sustento da numerosa família.
Tal administração teria sido motivo de raiva para alguns integrantes, que manifestaram incômodo, através de mensagens obtidas pela Polícia Civil durante a investigação, desde a partilha de alimentos até projeção midiática, sendo a principal hipótese para o assassinato.
Contudo, se engana quem acredita que era apenas o desconforto no relacionamento da pastora que poderia ter resultado no crime orquestrado; Anderson já estava integrado em sua família muito antes de se casar com ela.
Antes de ter um relacionamento com Flordelis, ela era um dos garotos adotados por sua iniciativa de acolhimento, sendo tratado como filho durante um período da juventude. Além disso, o convívio com outros jovens no acolhimento resultou em um relacionamento de Anderson com uma das filhas da pastora, chegando a ser tratado como genro.
A investigação ainda aponta que o rapaz começou a se relacionar sexualmente com a mãe adotiva ainda quando era menor de idade, como apontou testemunha repercutida pelo portal de notícias G1. Contudo firmou ao longo de 20 anos uma união estável até seu óbito, em 2019.