A trajetória do jornalista ficou marcada na história do Brasil e seu nome virou símbolo de resistência contra a ditadura militar
Vladimir Herzog nasceu em 27 de junho de 1937, na cidade de Osijek, na antiga Iugoslávia — atual Croácia. Morou no Brasil e aqui estabeleceu sua carreira como jornalista, sendo lembrado para sempre como um dos maiores profissionais que o país já teve a honra de ter.
No entanto, Vladimir acabou sendo vítima dos horrores do país durante a ditadura militar brasileira. No período, sua história terminaria mais cedo do que imaginava. Pensando nisso, o site Aventuras na História separou 5 curiosidades sobre a trajetória de vida de Vlado.
1. Perseguição nazista
Ele e sua família, de origem judaica, viviam um grande conflito em sua cidade natal durante à Segunda Guerra Mundial. Ameaçados pelo antissemitismo instalado no país após a Alemanha Nazista exercer o controle da região, tiveram que fugir das perseguições e do perigo iminente de morte.
Inicialmente eles se deslocaram até a Itália, onde viveram foragidos e clandestinamente até o momento que optaram pelo Brasil. Seus pais então garantiram que Vlado se naturalizasse brasileiro, e foi aqui que ele passou todo o resto de sua vida.
2. Carreira
Depois de formado, ele iniciou seus trabalhos em grandiosos órgãos de imprensa no Brasil. Nessa época, ele decidira mudar seu nome público para Vladimir, já que considerava que 'Vlado', seu nome de nascença, soaria um tanto estranho no Brasil.
Vladimir passou a trabalhar para o Estado de S. Paulo, além de ter exercido carreira por três anos na BBC de Londres. Mais tarde, na década de 70, ele assumiria a direção de telejornalismo da TV Cultura, em São Paulo.
Ele também foi docente na Escola de Comunicações e Artes da USP, onde apresentava aulas de jornalismo. Foi a partir disso que começou a se envolver com cinema e teatro, ganhando também o título de dramaturgo.
3. Presunção ideológica
Sendo jornalista e professor, e vivendo em uma época em que via os direitos políticos e de expressão se esvaindo das diretrizes do Brasil, graças à instalação da ditadura militar e do endurecimento da mesma, Vladimir passa a acreditar em seu dever cívico e intelectual de lutar através de seus trabalhos contra o governo.
Durante os 'Anos de Chumbo', Herzog se vincula ao Partido Comunista Brasileiro, que na época se encontrava em atividade clandestina. Ele, então, passa a atuar politicamente no movimento que resistia aos horrores da ditadura, tendo como pauta maior sua luta contra censura e a favor da liberdade de imprensa.
4. Morte e Ditadura Militar
Apesar de seu envolvimento político não passar de mero intelectualismo, e de nunca ter se envolvido em movimentos de guerrilha ou luta armada, Vlado começa a ser perseguido pelos militares, principalmente depois do AI-5.
Foi na manhã de um sábado do dia 25 de outubro, ele se tornaria uma das vítimas da ditadura. Procurado na noite anterior por militares que bateram em sua porta, Herzog conseguiu de alguma maneira não ser levado pela polícia naquele momento, tendo então prometido que no dia seguinte iria ao DOI-Codi de São Paulo. Assim dito, ele compareceu ao local às 8 da manhã, de forma pacífica.
Mas, diferente dele, os militares não estavam pensando em pacificidade. Depois de algumas horas sendo mantido nos porões da ditadura, Vlado foi morto, vítima de torturas do qual não conseguiu sobreviver.
Os agentes do DOI-Codi, visto à tragédia consumada, tentaram acobertar o homícidio emitindo uma versão de fatos em que o jornalista parecia, falsamente, ter tirado a própria vida. A foto divulgada para provar essa história mostrava o cadáver de Herzog enforcado com um cinto preso a uma grade a 1,63 metros do chão. Uma grande mentira.
5. Velório inter-religioso
Seu enterro por si só foi um afronte ao governo. O ato inter-religioso da morte de Vladimir Herzog foi a primeira grande manifestação popular contra a ditadura militar.
Seu corpo foi levado para a Catedral da Sé, no centro de São Paulo, e a missa recebeu cerca de 8 mil pessoas. Entre eles participaram figuras públicas, artistas e intelectuais, como o filósofo francês Michel Foucault. Desse modo, a respectiva cerimônia tornava-se então um importante ato contra o regime militar.
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