Com pouquíssimos habitantes, o local foi abandonado e está em ruínas, contando apenas com duas casas e uma igreja preservada
Cidades são construídas, habitadas e, às vezes, abandonadas. Lugares que abrigavam prédios, casas, praças e inúmeros estabelecimentos podem acabar em ruínas por inúmeros motivos, mas não deixam de apresentar uma paisagem impressionante e até mesmo curiosa.
Esses locais ficam conhecidos como “cidades-fantasma”. Embora não seja possível observar uma pessoa sequer nessas cidades, suas estruturas permanecem à vista, erguidas ainda depois de tanto tempo e chamando a atenção de curiosos.
No Brasil, inclusive, existem inúmeros lugares que acabaram sendo abandonados com o tempo e hoje são explorados como cidades-fantasma. Uma delas é a ex-cidade de Cococi, que não é considerada cidade desde 1979, quando foi transformada em apenas um distrito.
Como relatou o G1 em 2012, uma época em que reportagens eram feitas constantemente sobre a cidade fantasma de Cococi, o distrito tornou-se parte do município de Parambu, que está localizado no sertão dos Inhamuns do Ceará, no nordeste brasileiro.
Antes de se tornar apenas ruínas, o local já chegou a abrigar cerca de duas mil pessoas, muito diferente das apenas sete que viviam na região em 2012, ano da notícia. Os sete habitantes pertencem a somente duas famílias diferentes.
Embora tenha até mesmo perdido o status de cidade, Cococi foi muito importante para a região dos Inhamuns, no sertão cearense. Segundo reportagem do Domingo Espetacular, o local foi fundado em 1708, ano em que a família Feitosa decidiu que moraria no local.
A história da região deve muito à Cococi, visto que ela foi a responsável por abrigar os primeiros habitantes da área, como explicou a então diretora do Museu dos Inhamuns, Dolores Feitosa, ao G1 na época.
Os principais motivos para o — quase — fim da cidade foram as secas que acometem a região durante quase todo o ano e a corrupção do último prefeito do distrito. Segundo os moradores da região, o político fez uso irregular de verba pública, o que indignou a população que já estava cansada do descaso com a cidade.
Feitosa explica ainda que as estiagens fizeram com que as pessoas abandonassem a cidade.
As pessoas foram saindo atrás de melhores condições de vida para seus filhos, para que eles pudessem estudar em centros mais desenvolvidos, porque Cococi estagnou, contou.
Quando o G1 realizou a reportagem sobre Cococi em 2012, apenas sete pessoas habitavam a região. Em 2018, na vez de o Domingo Espetacular, da rede Record, cobrir o assunto, o número havia diminuído: eles contaram cinco pessoas no distrito.
Em ruínas, o local conta somente com duas casas e uma igreja conservadas, embora o tempo tenha passado. Não há prefeitura nem câmara municipal, que foram tomadas pela vegetação. Outras residências, que já não contam mais com moradores, não possuem telhado e algumas nem ao menos paredes.
Maria Clenilda Lobo, uma das habitantes da ex-cidade, descreveu o distrito como uma “cidade fantasma onde não acontece nada na maior parte do ano”, onde vivia da agricultura de subsistência.
Já outra moradora, Ana Cláudia, afirmou: “Aqui sempre vêm historiadores, pesquisadores interessados na história do Cococi. Também temos sempre visita de pessoas que vêm gravar entrevista e filme por aqui”.