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Matérias / Brasil

A cidade abandonada de Velho Airão, perdida na Floresta Amazônica

Com um único habitante, considerado ‘guardião’ do local, o antigo povoado é apenas ruínas às margens do Rio Negro

Redação Publicado em 28/04/2021, às 07h00

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Ruínas da cidade de Velho Airão - Divulgação/Youtube
Ruínas da cidade de Velho Airão - Divulgação/Youtube

Ao longo da história, inúmeras cidades viveram seu auge e depois tiveram períodos de decadência que acabaram por torná-las abandonadas. Conhecidas como ‘cidades-fantasma’, elas surpreendem por suas estruturas permanecerem erguidas mesmo sem uma pessoa à vista. 

Grande vencedor do Oscar 2021, o filme Nomadland, dirigido por Chloé Zhao, conta a história de uma mulher que se torna nômade devido a um motivo peculiar: a cidade em que ela morava faliu totalmente e foi abandonada. Ainda que o longa-metragem tenha uma trama ficcional, parte disso de fato aconteceu. 

Como relatou o G1, o município de Empire, nos Estados Unidos, ficou vazio por muito tempo, em um abandono insólito.

Situações parecidas, no entanto, podem ser vistas em todo o mundo, inclusive no Brasil. Uma das cidades-fantasma mais impressionantes do país é Velho Airão, no Amazonas, às margens do Rio Negro.

Na Floresta Amazônica

Ruínas de Velho Airão / Crédito: Divulgação/Fantástico/Rede Globo

Em 1694, nascia o berço da colonização portuguesa, que fica atualmente a 180 km de Manaus, a capital do Amazonas, no norte do país. Nomeada de Velho Airão, a cidade foi o primeiro povoado fundado por portugueses na região.

É possível perceber como o local é antigo a partir do cemitério que está presente na cidade-abandonada, ainda que degradado. A BBC News explicou que aquele é o único cemitério da cidade onde lápides com gerações completas podem ser observadas.

No começo, padres missionários passaram a viver no povoado, dependendo principalmente da caça e da pesca. Ao longo desses primeiros 200 anos de existência, Velho Airão foi uma cidade pobre, que não tinha nenhuma expressão na região.

Isso mudou quando o Brasil começou a viver o Ciclo da Borracha. Entre os anos de 1879 e 1912, a Floresta Amazônica passou a ser palco de uma grande exploração de látex, que transformou a região em grande desejo de políticos e até mesmo de outros países. 

Aquele foi o auge da pequena cidade de Velho Airão: grandes casas começaram a ser construídas, com material importado diretamente de Portugal, a partir da relação das famílias locais com o país. Mas era um ápice que iria acabar em um futuro próximo.

Ainda que o local tivesse se tornado um porto fluvial a partir da construção de uma linha de navegação a vapor na região no século 19, isso não foi o suficiente para reduzir o baque do fim do Ciclo da Borracha. Com a decadência, os habitantes começaram a deixar a cidade, mudando-se para outros povoados nas proximidades.

De Velho para Novo Airão

Crédito: Divulgação/Fantástico/Rede Globo

Abandonada, a cidade tornou-se apenas ruínas, com a vegetação ameaçando encobrir todo o local que, antes, guardava uma cidade próspera. No entanto, uma figura importante surgiu na história de Velho Airão, que viria a se tornar Novo Airão.

O povoado desde o começo tinha uma relação estreita com Portugal, e isso não mudou tanto ao longo dos anos. Até o começo do século 20, a família lusitana Bizerra foi uma das responsáveis pela administração do município.

Um dos últimos membros da família, como informou a BBC, pediu que um homem se tornasse o guardião da cidade. Tratava-se de Shigeru Nakayama, um japonês que chegou ao Brasil na década de 1960 junto com o grande fluxo migratório japonês.

Shigeru Nakayama, o guardião da cidade / Crédito: Divulgação/Fantástico/Rede Globo

"Meu sonho desde criança era viver na floresta amazônica. Tudo estava completamente abandonado havia mais de 40 anos", disse Nakayama ao veículo, em reportagem de 2015. "Airão é um patrimônio histórico. Plantação, roçar, derrubar floresta, é completamente proibido. Do jeito que está, tem que deixar assim. É área de patrimônio".

Ele chegou à Amazônia no começo dos anos 1970, mas em Velho Airão, especificamente, somente em 2001. Desde então, ele se tornou o único homem a viver na cidade abandonada, recebendo visitantes, plantando o que come e recebendo doações dos turistas que passam por ali. 

"Se eu sair, a história daqui morre. Todo mundo sabe disso", afirmou Nakayama. 


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