Há um segredo do qual poucos ouviram falar nos clássicos da era analógica: figuras anônimas, às vezes algo perturbadoras, feitas para jamais serem vistas
Letícia Yazbek Publicado em 25/04/2019, às 07h00
Durante décadas, elas estavam em todos os filmes. As "China girls" ("garotas da china"), ou também "China dolls" ("bonecas da China"), "girl heads" ("cabeças de garotas") ou "leader ladies" ("mulheres do leader"), apareciam no início de cada rolo de filme, encarando a câmera, sorrindo ou olhando para o lado. Suas imagens foram transmitidas às retinas de bilhões de espectadores, sem que seus cérebros registrassem que elas estavam lá. Se um desses quadros aparecia para o público, era porque o projecionista havia cometido um erro.
As China girls eram modelos contratadas pelos cineastas para ajudar os técnicos de laboratório no processamento do filme. Era como um controle de qualidade, que calibrava as cores e garantia que elas apareciam de forma realista na projeção. Na filmagem, se o tom da pele ou do cabelo da mulher não estivessem próximas aos tons desejados, as cores do filme também pareceriam artificiais.
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