Solução foi considerada traumática por filha de Bolaños
Marcando o público brasileiro pelos personagens quiméricos em uma vila latino-americana, o seriado Chaves angariou incontáveis fãs em terras tupiniquins através de sua transmissão inédita no país pelo SBT a partir do ano de 1984. Contudo, sua transmissão original, no México, se encerrou quatro anos antes, em 1980.
Apesar de ser usado em esquetes curtas dentro do programa de Chespirito até o ano de 1992, o criador do protagonista, Roberto Gomez Bolaños, cogitou alguns planos para colocar um ponto final na trajetória do ‘menino do barril’ e concluir o seriado, respeitando seu desejo de não interpretar crianças estando em idade avançada.
Em 2008, parte desse interesse foi revelado pelo autor durante uma viagem à Lima, no Peru, conversando com o periódico En Linea. De acordo com ele, o encerramento da série poderia ser com um capítulo final onde Chaves morreria, especificando ainda como seria a forma da morte e se ela teria violência gráfica na exibição.
De acordo com Bolaños, o protagonista morreria no episódio final e a cena seria incluída, mesmo que com os empecilhos técnicos de gravação na vila; seria por um veículo que passaria em uma cena externa ao cortiço onde vivia junto de Kiko e Chiquinha, encerrando a produção a partir do ocorrido.
A decisão chegou a ser cogitada pelos preparadores de roteiro, mas a palavra final de Bolaños acabou deixando de lado tal projeto após a intervenção da filha, que é psicóloga e levantou a possibilidade de efeitos negativos sobre os telespectadores mirins, levando em conta até mesmo a banalização da morte.
Em conversa com o pai, ela chegou a apontar que tal cena também poderia levar ao suicídio os jovens que acompanhavam Chaves e o viram, nas temporadas anteriores, como um exemplo de perseverança e sobrevivência, fazendo com que Chespirito descartasse o projeto e encerrasse o último episódio sem desfecho conclusivo.