Assim como Kiko, a atriz teve problemas com Roberto Bolaños para interpretá-la fora da série
Entre os anos de 1972 e 1980, a transmissão original do seriado "El Chavo del Ocho" na televisão mexicana marcou a América Latina com episódios retratando a curiosa vila onde morava o personagem Chaves, interpretado por seu criador e principal roteirista, Roberto Gomes Bolaños, que criou também os companheiros do protagonista.
Ligado por outras figuras infantis, como o personagem Kiko, interpretado porCarlos Villagrán, e Chiquinha, personificada por María Antonieta de las Nieves, o enredo foca nos moradores e familiares, além de prestadores de serviço da vila, que interagem em situações cotidianas de uma região de baixa-renda, marcando o sucesso internacional da produção por se aproximar da realidade de muitas famílias sul-americanas.
Contudo, em respeito ao personagem, Bolaños decidiu deixar de lado Chaves por sua idade avançada em representar uma criança, realizando a última esquete do grupo em 1992. Villagrán conseguiu seguir carreira solo ao mudar a nomenclatura de "Quico", conforme apresentado anteriormente, para "Kiko", possibilitando sua licença. Chiquinha, no entanto, enfrentou problemas para continuar.
Originalmente chamada de 'Chilindrina' na transmissão mexicana, a atriz da personagem chegou a ter de pedir autorização para o autor quando recebeu uma proposta de série própria em 1994, chamada 'Aquí está la Chilindrina". Contudo, aproveitou o vencimento do registro da personagem para estrelar produções como a garota chorona, travando uma batalha com Bolaños.
Tal interesse pelos direitos de interpretar a filha de Seu Madruga iniciou um processo judicial que, de acordo com a atriz, perdurou ao longo de 12 anos contra Roberto e a rede Televisa, reivindicando o direito de interpretá-la não apenas nos cinemas e em espetáculos, mas também em participações em outras emissoras, como fez o ator de Kiko.
A resolução judicial ocorreu somente em julho de 2013, quando a intérprete teve a causa ganha e conseguiu prosseguir interpretando Chiquinha livremente, um ano antes do falecimento de Bolaños. Na ocasião, ela contou em suas redes sociais que não tinha problemas pessoais com o criador, mas que contribuiu com a construção das características da garota, como informou o G1.
Agora Chiquinha é só minha. [...] Foram doze anos de guerra nos tribunais, e por isso nem comemorei quando soube que venci o julgamento, porque até agora a ficha não caiu. O que passei foi muito difícil, mas agora posso dizer que foi uma vitória", concluiu María.